Cidades, ciclovias e ciclofaixas
O crescimento das cidades requer a adoção de medidas que compatibilizem desenvolvimento com qualidade de vida. Nesse contexto, a fantástica explosão da demanda por deslocamentos diários exige preferencialmente a opção pelo transporte público, uso da bicicleta como modal de transporte e até mesmo pelo estímulo das caminhadas a pé. Se não houver restrições ao uso do automóvel, as cidades vão parar.
A propósito, na Tribuna de 13/11/2013, no artigo Ciclistas por toda parte, o vereador José Márcio, o Garotinho, disse que até então não havia sido fisgado pela prática do ciclismo. Partindo de um vereador, a manifestação me parece relevante, pois o seu desejo pode ser a esperança de significativas mudanças que tendem a colocar a cidade dentre as que no mundo priorizam o transporte não motorizado, sem dúvida, uma importante medida no contexto da sustentabilidade e da mobilidade urbana.
Assim como o autor do artigo, milhares de pessoas, dentre as quais me incluo, sentem uma enorme vontade de sair pedalando pelas ruas da cidade, mas não ousam enfrentar a agressividade do trânsito composto por milhares de veículos motorizados, que não respeitam regras determinantes do Código de Trânsito, onde veículos maiores devem proteger os menores.
Em pesquisas de pós-graduação, esbocei ensaios sobre um plano cicloviário para Juiz de Fora. Não tenho dúvidas quanto à viabilidade do projeto por acreditar na utilização da bicicleta como modal de transporte, exatamente porque no mundo as cidades têm planejado a mobilidade urbana restringindo o uso do automóvel e priorizando o transporte público e a bicicleta. Na atualidade, em muitas cidades, o transporte cicloviário é uma realidade apenas dependente da vontade política dos governantes.
Na Colômbia, Itália, França, Holanda, Espanha e no Reino Unido, ciclovias e ciclofaixas foram implantadas. Lá a bicicleta é uma realidade que contribui para melhorar a mobilidade urbana, uma conditio sine qua non em prol da qualidade de vida dos seus habitantes.