Sobre árvores e primavera
No dia 21 de setembro, é celebrado o Dia Mundial da Árvore. Não sem motivo, a data marca o prelúdio da primavera, estação associada à renovação, a um novo ciclo que se inicia trazendo esperança de dias melhores. Astronomicamente, o início da primavera simboliza o equinócio, momento em que o sol incide perpendicularmente sobre o equador terrestre, iluminando igualmente os hemisférios Norte e Sul. Diga-se de passagem, hemisfério deriva do grego e significa metades iguais. Assim, enquanto se inicia a primavera no Hemisfério Sul, começa o outono no Hemisfério Norte.
A vegetação é um elemento da paisagem natural que reage às mudanças de estação. Muitas espécies de árvores florescem na primavera, perdem as folhas no outono, ficam completamente desfolhadas no inverno e se enchem de folhas no verão. Desse modo, o Dia Mundial da Árvore nos lembra que vivemos em um mundo em transição permanente, em que as mudanças, aceleradas pelas tecnologias modernas, nos alertam para a necessidade de estar atentos, abertos e reflexivos para as novidades que o mundo nos apresenta diuturnamente.
No Brasil, o Decreto Federal n° 55.795, de 24 de fevereiro de 1965, estabelece a Festa Anual das Árvores, cuja ocasião varia de acordo com as regiões brasileiras, em função – não há como evitar o clichê – das dimensões continentais do território. Infelizmente, o Estado de Minas Gerais lidera o desmatamento dos remanescentes da Mata Atlântica e do Cerrado, e, Juiz de Fora, no que tange às áreas verdes públicas, não dispõe sequer de 5m² de área verde por habitante, segundo dados de uma pesquisa de mestrado concluída este ano na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Esse valor está aquém do mínimo recomendado pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), de 15m² de área verde por habitante.
Se nos atentarmos para o fato de que o Dia Mundial da Árvore e a Festa Anual das Árvores foram criados com o objetivo de promover a conscientização ambiental da sociedade no sentido de fomentar a mudança de um modelo econômico predatório e possibilitar a superação de uma crise que não é somente ambiental, mas também civilizatória, então precisamos avançar bastante se almejamos dispor de uma cidade e de um ambiente que conciliem qualidade de vida, desenvolvimento social e crescimento econômico.