Palavra por palavra, vamos cobrindo esta folha com tinta e letras, compondo um apanhado de ideias que expressam a opinião sobre um tema de momento. As ideias sempre tendem ao justo pensamento cristão. Somos espíritas e jamais omitimos o claro pensamento ensinado por Allan Kardec; isso nos deixa tranquilos quanto à opinião pública, afinal, nosso trabalho é público. Vivemos dessa forma n’A Casa do Caminho há quase 40 anos, recebendo e atendendo pessoas do Brasil e do mundo. É a doutrina cristã acalentando almas neste mundo de aflições. Se para muitos é motivo de orgulho, expressão de sucesso ou sentimento de haver conquistado nosso desejado lugar ao sol, para nós é responsabilidade. Muita responsabilidade, pois, deste discreto recanto de Juiz de Fora, falamos e somos ouvidos todo o tempo. Raros são aqueles que nos buscam em instantes festivos. A larga maioria sofre e sofre todos os tipos de dores. E a nós cabe ouvir e rogar à espiritualidade maior o amparo suficiente e necessário para que o irmão ou irmã em desalento tenha suas emoções acalmadas, as angústias suprimidas e as dores abrandadas, para que lhe seja possível reerguer-se na retomada do caminho, o que a vida com suas injunções exige.
Neste mundo onde tudo é possível em termos materiais, o homem sobe ao mais distante do espaço sideral, mergulha nos escuros dos oceanos, penetra no íntimo espaço virtual, vasculha as entranhas do corpo biológico nas requintadas aparelhagens laboratoriais, porém, é incapaz de conhecer a si mesmo. A humanidade à nossa volta vive como se nada fosse de sua conta, atenta somente para socorrer seus desejos insaciáveis, querendo sempre mais, e acredita que encontra a felicidade nas aparentes benesses materiais.
Muito cedo aprendemos: tudo que é do mundo nele ficará. Isso não é consumado somente com a morte do corpo físico, como nós espíritas falamos, com o desencarne. As coisas do mundo ficam pelas beiras das estradas, enquanto caminhamos na vida. Se motivados pelo orgulho, deixamos amigos à margem; se impulsionados apenas por paixões, relegamos os amores; se ansiamos pela luz do sucesso a todo custo, perdemos a oportunidade do descanso à sombra, à beira do regato; se irritadiços, perdemos a chance de conhecer e cultivar a paz; se convencidos, não percebemos o auxílio divino que constantemente se faz em nosso favor.
Jesus nos legou as leis do bem e do amor, e nós, nesta casa, sob a égide de João de Freitas, ao completar 89 anos neste corpo físico, com o espírito de joelhos diante do mais alto, exclamamos: somos gratos a Deus por tudo e tanto que nos foi permitido realizar em prol do Evangelho, seguindo as pegadas do Cristo como caminho, verdade e vida!