Brasil: muitas diferenças nos unem!
A diversidade é uma característica inerente ao Brasil. Na verdade, uma qualidade ímpar que possuímos. É uma qualidade marcante e riquíssima: as diferenças são o que tornam o ser humano encantador. A categorização dessa diversidade é justificável tendo em vista nosso processo de miscigenação e a nossa extensão territorial, o que se reflete nos regionalismos, no pluriculturalismo e, até mesmo, nos incontáveis times de futebol que existem país adentro.
Se a qualidade de sermos tão diferentes está no nosso DNA, como desejar uma visão de país unilateral, bilateral, etc.? Em uma população com mais de 202 milhões de habitantes, os pontos de vista e as percepções são construídos em espaços e tempos múltiplos. Nesse contexto, é normalíssimo – se é que existe um padrão de normalidade – convivermos com pessoas com as quais compartilhamos total opinião e expectativas e com outras cujas semelhanças são momentâneas ou sequer existam. Assim, vale questionar: o que nos une, então?
Estamos unidos pela forte corrente de amor ao nosso país, amor este que vela e revela realidades que cada um vai enxergar de acordo com a sua história pessoal. Não necessariamente prevalece um certo em oposição a um errado, mas existem razões, ora individuais e ora coletivas, que vão direcionar o exercício da cidadania. Para exemplificar, é válido empregar as palavras do sociólogo Boaventura de Souza Santos: “Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem, lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize”. Logo, os caminhos e os passos é que não são e nem podem ser iguais, mas podem convergir para um mesmo ponto de encontro: o respeito e a valorização do Brasil. Este é um desejo de toda a nação. Sobre este aspecto não há divergências.
É preciso ter paciência e tolerância, pois ainda estamos engatinhando no trajeto democrático, aprendendo a conviver com as diversidades, a incluir o outro que não pensa ou age de acordo com os nossos padrões. Para tanto, visemos sempre ao bem comum de um ordenamento maior que é o da nossa condição particular de mineiros, amazonenses, sertanejos, etc., mas sem nos esquecermos da identidade coletiva que nos une: de brasileiros!