Insensatos edis
Para quem não sabe o que significa edil, é o magistrado que, entre os romanos, era o inspetor e conservador de edifícios públicos; ou simplesmente: vereador da Câmara Municipal de uma cidade. Nobres são os vereadores que procuram atender às expectativas dos seus munícipes, estando atentos às dificuldades que afligem toda uma comunidade, principalmente aquelas mais desassistidas pelo Poder Público e que carecem de recursos financeiros, contando apenas com os programas sociais de transferência de renda. Alguns dos deveres dos nossos representantes são: fiscalizar os atos do Executivo Municipal, elaborar leis, receber o povo e atender aos seus anseios.
Em Juiz de Fora, infelizmente, a maioria dos eleitos do povo caminha contra a sensatez, transformando-se em marajás, habitantes de uma verdadeira ilha da fantasia, situada bem ao lado do Parque Halfeld. No dia 9 de dezembro de 2011, dez vereadores contra sete aprovaram um reajuste de 46,5% para os seus subsídios, além de outros 16,86% para os do prefeito e seu vice e outros tantos para os secretários municipais. Esses valores passam a valer a partir de 2013 se o aumento for sancionado pelo prefeito da cidade. É o trenzinho juiz-forano da alegria! Será que eles tomaram conhecimento de quanto foi o reajuste concedido aos professores municipais em 2011? Será que eles ainda não sabem que esse dinheiro é público?
A título de ilustração, os subsídios dos nossos vereadores vão passar de R$ 10.260,95 para R$ 15.071,36. Somado a isso, os mesmos ainda contam com uma ajuda de custo anual paga em duas parcelas equivalentes aos seus subsídios, 13º salário e verba indenizatória mensal no valor de R$ 5.382,37, fora os valores relacionados com verbas de gabinete e assessores, entre outros.
O que nos deixa perplexos é a atuação daqueles que realmente deveriam representar o povo: em 2010, 269 novas leis foram criadas em nossa cidade, sendo 107 destinadas a conceder títulos de cidadãos honorários ou beneméritos, nomes de logradouros públicos e datas comemorativas. Já de janeiro a julho de 2011, foi gasta por essa Casa a quantia de R$ 513.797,59.
Juiz de Fora tem sido palco, na Câmara dos vereadores, da farra com o dinheiro público, que deveria ser utilizado em obras sociais, de saneamento básico e na melhoria da qualidade de vida do cidadão juiz-forano.
Esqueçam dos sacos de cimento, jogos de uniformes, milheiros de tijolos, dos tapinhas nas costas que não enchem as latas com mantimentos, dos apertos de mãos na hora de votar e das falsas promessas. É hora de o eleitor tomar uma atitude de respeito para com o seu voto, fazendo justiça pelas próprias mãos através do uso consciente da urna eletrônica, excluindo da câmara pessoas irresponsáveis que utilizam o nosso dinheiro para sustentar as benesses do poder.