Para que tantos políticos?
Segundo o jurista Mayr Godoy, são cargos eletivos do Poder Executivo os de presidente e vice-presidente da República, os de governador e vice-governador de estados e do Distrito Federal e os de prefeito e vice-prefeito. Do Poder Legislativo, temos na União os de senadores e os de deputados federais; nos estados, os de deputados estaduais; no Distrito Federal, os de deputados distritais; nos municípios, os de vereadores. Sem sombra de dúvida, no Brasil, ou em qualquer outra democracia, necessitamos de governantes e legisladores, mas, em nosso país, com certeza, temos muito cacique para pouco índio. Qualquer brasileiro sabe que pagamos uma conta altíssima para sustentarmos tantos políticos ávidos pela ganância do dinheiro público, por mordomias, foros privilegiados e benesses que o poder lhes proporciona. Junto ainda com eles, temos que aplacar a fome dos seus ministros de Estado e dos secretários estaduais e municipais, fora os assessores e todo tipo de pessoas designadas para servir à classe política. Hoje no Brasil, contamos com 513 deputados federais e 81 senadores da República. O Senado possui 6.163 funcionários (média de 76 para cada senador), e a Câmara dos Deputados, 18.839 funcionários (média de 36 para cada deputado), fora os terceirizados. Um senador pode contar com até 55 cargos de confiança para o seu gabinete, desde que não extrapole a soma salarial de R$ 70 mil, e ainda conta com um carro de luxo pago pelo contribuinte. Curioso é que o Fernando Collor, em junho de 2013, já contava com 64 assessores em seu gabinete. Somado a isto, cada senador ainda possui uma autorização para manter um escritório em seu estado de origem com 42 funcionários. Para que tantos privilégios? Na Câmara dos Deputados, cada parlamentar sai por um custo médio de R$ 177 mil por mês. Os congressistas acabaram com o 13° e o 14°, mas, em compensação, no final da última legislatura, obtiveram um aumento de 26% em seus vencimentos e ainda se beneficiam do cotão, que cobre suas despesas de locomoção, refeição, hospedagem, telefone, aluguel de escritório, contratação de consultoria, dentre outros benefícios. Aliás, falando em privilégios, nossos políticos dispõem do foro privilegiado. Este é um sério entrave para acabar com a impunidade e a corrupção em nosso país. De acordo com o procurador da República Deltan Dallagnol, nada mais do que 22 mil pessoas possuem este direito no Brasil e que, por este motivo, necessitamos com urgência de amplas reformas estruturais e sistêmicas contra os vícios do poder, a começar pela extinção da prerrogativa de foro. Qual político no Brasil quer perder esta vantagem? Acorda, Brasil! Menos políticos! Mais ética! Justiça para todos! O dinheiro público é nosso!