Skate: um debate importante


Por BRUNNER VENÂNCIO LOPES - COLABORADOR

18/04/2013 às 07h00

Este é um debate muito importante para nossa cidade. Discordo de que skate não seja meio de transporte. Apesar de não ser citado claramente no Código de Trânsito Brasileiro, trata-se de um veículo não motorizado, semelhante a uma bicicleta. Mas concordo que a prática do skate no trânsito de nossa cidade é muito perigosa. Na pista de ônibus da Avenida Rio Branco, mais ainda.

Mas onde estão as ciclovias, que também poderiam ser utilizadas pelos skatistas, em nossa cidade? É importante esclarecer que, no episódio da morte do filho da atriz Cissa Guimarães, o skatista estava andando em um túnel desativado ao trânsito de veículos em função de uma obra no local e foi morto por um motorista que invadiu um local onde não poderia estar transitando. O processo tramita na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, e o juiz deste caso já decidiu que Rafael de Souza Bussamra (motorista) praticou homicídio culposo de trânsito (quando não há intenção de matar).

Todos os participantes do trânsito (motoristas, ciclistas, skatistas e pedestres) devem zelar pela educação no trânsito e praticar a direção defensiva, convivendo em harmonia para evitar acidentes. O skate é o esporte, o meio de transporte e o estilo de vida que mais cresce no mundo. No Brasil (inclusive podendo ser constatado pelas últimas pesquisas do IBGE) e em Juiz de Fora este crescimento é visível.

A construção de locais apropriados para o skate e a reforma e manutenção dos locais já existentes, visando desestimular o uso das vias de trânsito para tal prática, são, realmente, ações importantes para minimizar a possibilidade de acidentes. Educação para o trânsito, começando nas escolas, também é outra ação fundamental. As cidades precisam se adaptar.

A Política Nacional de Mobilidade Urbana está na pauta das cidades, através da Lei 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Simplesmente tentar reprimir o skate não é a solução. Os skatistas só querem exercer seu direito ao lazer. E precisam de espaços adequados. E também se conscientizarem que são responsáveis pela sua segurança e pela de outras pessoas próximas no trânsito.

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