As perspectivas do Serrinha
É muito interessante lermos na Tribuna várias notícias e até comentários a respeito do funcionamento e as esperanças de voos regulares no Aeroporto Francisco Álvares de Assis, o popular Aeroporto da Serrinha de Juiz de Fora. No entanto, as desinformações são enormes e ainda existem. Com a inauguração no próximo mês de março das escalas no aeroporto de Goianá dos voos da Gol Linhas Aéreas em direção a Belo Horizonte e São Paulo, além do estabelecimento de uma das bases operacionais dessa importante empresa no Aeroporto Internacional Itamar Franco, vamos começar uma nova era da aviação da Zona da Mata. Com o desenvolvimento, a partir de agora, das operações no aeroporto regional, não existe mais a mínima condição de qualquer empresa aérea, como a Azul, a Gol, a TAM ou até a Passaredo, utilizar o Aeroporto da Serrinha para suas operações comerciais.
A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) só autoriza voos regulares para os aeroportos de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador ou Rio de Janeiro para empresas que ofereçam aeronaves com cem passageiros ou mais, o que torna o Serrinha totalmente incompatível para essas operações. Isso tem lógica. Os aeroportos das capitais já estão com seus pátios lotados, e é preferível uma aeronave para mais de 120 passageiros lá fazer suas operações do que a Anac oferecer vagas (Slots) para três ou mais aviões que comportem só 40 passageiros. O que o secretário de Transportes e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, pode e deve fazer é continuar a estimular e incentivar o uso do Serrinha para uso da aviação executiva ou fretamentos de aeronaves de pequeno porte.
Brevemente, com o início das operações da Gol no nosso Aeroporto Internacional Itamar Franco, um novo ciclo de desenvolvimento irá fatalmente começar a acontecer para a alegria da classe empresarial e até dos usuários e turistas de voos com passageiros e até cargueiros. O Aeroporto Francisco Álvares de Assis, inaugurado nos anos 1950, já cumpriu seu papel. Os tempos são outros. Esse aeroporto não comporta operações regulares de aeronaves de porte médio ou grande. A segurança do Serrinha recomenda operar apenas com aeronaves de 40/45 lugares. Não adianta lutar contra a natureza regional.