‘Ano de Graça do Senhor’


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA Grupo de leigos católicos

18/01/2014 às 07h00

Amanhã completamos 50 anos dessa coluna e iniciamos a celebração do ano de jubileu ou ano de graça do Senhor. À época, acontecia o Concílio Ecumênico Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII. Essa reunião de todos os bispos do mundo, observadores de outras igrejas e teólogos assessores se mostrou necessária ao Papa para promover o que ele chamava de aggiornamento da Igreja. Algo como promover o encontro do permanente e precioso depósito da fé e as realidades contemporâneas de um mundo em rápida evolução. Vários movimentos e personalidades da Igreja, como Frederico Ozanan, Leão XIII e, já no começo do século XX, a Ação Católica (AC), vinham fazendo releituras da situação contemporânea à luz da nossa fé. Era hora de sistematizar e avançar.

Quando no Vaticano se fazia esse esforço, o jornal Diário Mercantil ofereceu à nossa igreja local um espaço para publicar assuntos eclesiais. Com seu magnífico zelo pastoral, e grande senso do momento da Igreja, o hoje monsenhor Miguel Falabella julgou que era momento de dar voz aos leigos cujo protagonismo o concílio começava a evidenciar. Convidou Lêda Schmidt de Andrade, sua irmã Marília Schmidt de Araújo, Maria Vicentina Pinto de Moura e Nilza Nardelli Monteiro de Castro. A origem das precursoras levou para a coluna a metodologia do ver-julgar-agir, da Ação Católica. Analisar cada fato da vida cotidiana, vendo-o de todos os ângulos possíveis, até conhecê-lo bem. Julgar, com o critério da palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja. Julgado, corrigir suas eventuais falhas por um agir realmente cristão. Nessa metodologia, Lêda e Marília eram incumbidas de escrever sobre os assuntos mais sociais, Nilza escrevia mais sobre a liturgia, e Vicentina era dedicada à catequese.

Acabou o Diário Mercantil. Generosamente, a Tribuna acolheu a coluna, que pôde, assim, continuar o trabalho de interlocução com o mundo em nossa Igreja que está em Juiz de Fora. Vicentina e Marília já partiram para o seio de Deus. Outros colaboradores vieram continuar seu trabalho, mantendo-as presentes. As sementes do concílio continuaram a ser cuidadas, germinando lentamente e chegam à abundância de frutos no pontificado de Francisco, que vem pregando e vivendo o esplendor dos ensinamentos conciliares. Saber que participamos dessa caminhada e vê-la dar seus frutos trazem a todos alegria. Queremos que essa alegria seja de todos nessa nossa Igreja particular e na Igreja Universal, para que, como Jesus, todos anunciemos a boa nova aos pobres, libertemos os cativos e oprimidos, levemos luz aos cegos e comemoremos um ano de graça do senhor (Lc 4,19).

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