Em nossa alma
Retomaremos aqui um tema recentemente abordado; de fato o faremos em parte. Trata-se de uma reflexão sobre a evolução espiritual que nos convida a uma análise mais detalhada, diz ela: “A alma repousa no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no hominal”. Interessante é a expressão hominal. Não foi utilizada a palavra homem ou espécie humana, mas o termo escolhido foi hominal, que nos leva a pensar em um passo na evolução, sem que surjam traços físicos desse progresso, que é individual, visto que nasce da compreensão de cada um e por isso mesmo é íntimo.
Após alguns milhares de anos em que o ser humano vagou pelo planeta em busca desesperada pela felicidade, sem encontrá-la, continuou seguindo por instinto até que um jovem carpinteiro chamou a atenção de todos para um novo conceito de vida, mostrando uma direção oposta para a marcha dos homens. Mesmo que tenha Ele sido assassinado, Seu ensino ficou. Disse Ele: “O reino dos céus está dentro de vós”.
Em outro ensinamento, na mesma orientação, afirma Jesus: “Meu reino não é deste mundo”. A que mundo Ele se refere? Ao mundo hominal, um passo mais adiante depois da agitação animal, aquele que vamos encontrar olhando, atentamente, para o fundo de nós mesmos. Retirando por alguns momentos as nossas atenções para as coisas externas e, assim, depois de termos habituado os nossos sentidos psíquicos à escuridade e ao silêncio de nossa alma, veremos surgir, progressivamente, novas luzes de conhecimentos esclarecedores, vozes intuitivas, fortificantes e consoladoras, nos reeducando de modo à conquista da capacidade em utilizar nossa força de vontade, de maneira consistente e tenaz, para vencermos nossos obstáculos, dominando os instintos que nos fragilizam, vencendo as doenças e, por fim, compreendendo e vivendo como quem de fato compreende que a morte não é o fim.
O estado hominal pode ser compreendido como a grande evolução moral do espírito encarnado, é a ação pessoal que se estende do invisível para o visível. Noutras palavras, a felicidade material depende exclusivamente do equilíbrio espiritual. Aquela é consequência desta, porque os princípios da evolução e do progresso não se encontram no material e, sim, no espiritual, pois a vontade divina é o supremo motor da vida universal, e esta vida só a compreenderemos depois de trilhado o caminho da intimidade individual, após fazer despertar em toda sua plenitude o ser hominal, fruto da aplicação plena dos ensinos do Jovem Carpinteiro de Nazaré.