A prostituição da profissão


Por PETTERSON MARCIANO, CERIMONIALISTA

17/06/2015 às 04h00

Hoje em dia, é muito fácil encontrar “profissionais” desvalorizando profissões. O erro já começa no momento em que se oferece ou aceita um valor que não está de acordo com o mercado. Como todo bom profissional, o ideal é fazer uma pesquisa de mercado, e não inventar um valor para determinado serviço. Com isso, você pode estar ferindo a ética na profissão.

Vejo isso acontecer muito no meio em que trabalho – sou cerimonialista. Atualmente, fiz uma pesquisa de mercado e verifiquei que existem “profissionais” cobrando menos da metade do valor que deveria ser cobrado, ou seja, desvalorizando profissionais que estudaram para exercer a função, que batalham para levar qualidades para seus clientes.

Lógico que clientes que buscam o menor valor estão sujeitos a uma menor qualidade do serviço prestado, não generalizando, mas, na maioria das vezes, o valor abaixo do mercado pode significar a falta de conhecimento na área de atuação.

Isso não acontece apenas na profissão de cerimonialista. Podemos perceber claramente esse mesmo erro no setor de advocacia, em que valores de alguns serviços variam bastante. Verifiquei isso ao fazer uma pesquisa para revisão de juros abusivos – a diferença era exacerbada.

No caso do cerimonialista, gestor de eventos ou publicitários, é muito comum se ouvir dos clientes: “faz mais barato, você só vai planejar meu evento”, “está muito caro essa arte, você faz em um dia”, porém, na verdade, não é somente planejar seu evento ou fazer a arte em um dia. Por trás disso, tem anos de estudos, pesquisas, e um erro pode destruir o sonho de uma pessoa.

Nós que trabalhamos com eventos estamos lidando com sonhos, um erro pode ser fatal, e, no caso da publicidade, uma falha pode levar à falência da empresa ou ao fracasso de um evento.

Portanto, todos os profissionais deveriam pensar mais antes de passar um orçamento. Devem ser feitas fazer pesquisas, e é necessário pensar que por trás existem vários profissionais que estudaram e se dedicam para valorizar a profissão. Ajam com ética e tenham certeza de que os clientes irão entender o valor de sua área de atuação. Pensem bem antes de dar aquele desconto cada vez maior. O valor de sua profissão está em suas mãos.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.