2015: Ano da paz


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA, GRUPO DE LEIGOS CATÓLICOS

17/01/2015 às 07h00- Atualizada 17/01/2015 às 17h55

No início do ano litúrgico, isto é, no primeiro domingo do Advento, 30 de novembro, começou o “Ano da paz no Brasil e da vida consagrada”, uma decisão da Assembleia Geral dos Bispos Brasileiros – CNBB, tendo como objetivo ajudar a superação da violência e despertar para a convivência mais respeitosa e fraterna entre as pessoas. A preocupação dos bispos com o crescimento da violência no país os levou a consagrar o novo ano à reflexão, à oração e às ações sociais contra a violência e a favor da paz. Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da CNBB, explica: “a violência se manifesta na forma da morte de pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade. A falta de paz provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples” e lembra que o ano litúrgico oferece muitas oportunidades para refletir sobre o porquê da violência, suas consequências e a necessidade de uma convivência fecunda e fraterna; cada comunidade deve usar a criatividade para concretizar esse pedido do episcopado brasileiro.

No primeiro dia do ano civil, “Dia Mundial da Paz”, o Papa Francisco, na sua mensagem sob o título: “Já não somos escravos, mas irmãos”, diz: “No início de um ano novo que acolhemos como uma graça e um dom de Deus para a humanidade, desejo dirigir a cada homem e mulher, bem como a todos os povos e nações do mundo, aos chefes de Estado e Governo e aos responsáveis das várias religiões, os meus ardentes votos de paz, que acompanho com a minha oração a fim de que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados, quer pela mão do homem, quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades naturais. Rezo de modo particular para a promoção da concórdia e da paz no mundo, saibamos resistir à tentação de nos comportarmos de forma não digna de nossa humanidade”. O Papa enumera diversas formas de escravidão hoje, suas vítimas de todas as idades, condena seus autores e convida todas as pessoas de boa vontade a unirem-se “em prol dos escravizados, mesmo que sejam pequenos gestos do cotidiano”.

Os recentes acontecimentos na França, amplamente divulgados na mídia nacional e internacional, comovendo milhões de pessoas que foram manifestar na rua sua condenação de atos tão violentos, exigindo a liberdade de expressão, confirmam que esses apelos do Papa e dos bispos são muito atuais e devem ser ouvidos e seguidos: passar da emoção para a reflexão, a oração e as ações sociais e políticas, não só a favor da liberdade, mas de todos os valores que fazem a dignidade da pessoa humana. O texto base da próxima Campanha da Fraternidade oferece algumas sugestões para “a superação da violência e a construção da paz” (n° 237).

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