Mercado de arte


Por MARCINHO FERREIRA Diretor de galeria de arte

15/01/2015 às 07h00

Em 2014, decoradores, designers e apreciadores de arte em geral puderam desfrutar de uma gama de importantes exposições espalhadas pelas principais cidades brasileiras. Mostras com fotos e obras de artistas como Andy Warhol, Salvador Dalí, Henri Cartier-Bresson, Jean-Michel Basquiat, Marcel Duchamp, Vik Muniz, David Bowie, Frida Kahlo, Miquel Barceló e Ron Mueck permearam grandes salas em galerias e museus. Mas as feiras e os circuitos de arte também tiveram destaque.

A quarta edição da ArtRio, por exemplo, levou à cidade carioca os maiores colecionadores, obras de mais de dois mil artistas do cenário atual e mais de cem galerias nacionais e internacionais. Considerada uma das maiores feiras de arte da América Latina, e reconhecida entre os mais relevantes eventos do setor no mundo, a ArtRio reuniu em um só lugar nomes como ADN Galería (Barcelona, Espanha), Amparo 60 (Recife, Brasil), Anita Schwartz Galeria de Arte (Rio de Janeiro, Brasil), Baró Galeria (São Paulo, Brasil), Blain Southern (Londres, Reino Unido), Gagosian Gallery (Nova York, EUA), Galeria Luisa Strina (São Paulo, Brasil) e Rolf Art (Buenos Aires, Argentina).

Essas galerias também deram o ar da graça na SP Arte. O evento contou com 136 nomes de peso, que ofereceram ao público amplo acesso ao universo artístico. Entre elas estavam quatro das cinco maiores do mundo: Gagosian (EUA), David Zwirner (EUA), Pace (EUA), além da britânica White Cube, que desde que abriu uma filial paulistana é presença quase obrigatória na feira. Durante o ano inteiro, a cidade abrigou inúmeras mostras de obras de ícones clássicos e contemporâneos.

Belo Horizonte também não ficou de fora do eixo das artes e recebeu importantes exposições, como a de Salvador Dalí e Sebastião Salgado, e a primeira edição do circuito Dmais. Esse último aconteceu em 40 pontos da cidade, contou com mais de 50 ações e ajudou as pessoas a conhecerem os espaços destinados a promover a arte e o design na capital mineira.

Todos esses e muitos outros eventos colaboraram para promover a internacionalização do mercado da arte no Brasil em 2014. Poucas vezes teve-se acesso a tantas galerias e artistas nacionais e internacionais e a mostras com curadorias impecáveis como neste ano. Colecionadores, apreciadores de arte e galeristas puderam reciclar seus conhecimentos, entrar em contato com novidades e também visualizar oportunidades para projetos e negócios.

Um interessante estudo feito pela ArtTactic e coordenado por Anders Petterson apontou que há um grande interesse e confiança da parte dos colecionadores internacionais no mercado brasileiro; 66% dos colecionadores internacionais que participaram da pesquisa estão confiantes que o mercado brasileiro se desenvolverá nos próximos cinco anos. A perspectiva é boa, sobretudo ao se considerar que 40% deles já adquiriram obras de artistas brasileiros, e 74% têm a intenção de fazê-lo. Parte disso ocorreu graças à presença brasileira no circuito internacional.

Para 2015, a expectativa é de que esse mercado continue em expansão, se torne mais dinâmico e nos brinde com belas obras e exposições. Afinal, quem não gosta de apreciar a arte em sua essência?

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