Sal da terra
Nos longos milênios de sua existência, uma parcela da humanidade se dedica a caminhar em busca de Deus, e, assim, consequentemente, vão nascendo as religiões. Encontraremos povos sanguinários e bárbaros, cultos e filosóficos, mas nunca um povo ateu. Isso se deve ao fato de sermos todos filhos de um só Deus e trazermos em nossa alma ou espírito a centelha divina, que nos fustiga, mesmo que timidamente, na busca incessante do encontro com Deus.
Aqui, no ocidente, a maioria é de cristãos, que significa seguir o Cristo em seus ensinos e verdades. Mas o que, de fato, generalizando, podemos ver são as hierarquias religiosas estabelecendo regras e normas de condutas.
Jesus, Sementeiro da Verdade, no Sermão do Monte, lançou os grãos fundamentais para seus discípulos e todos os que anseiam por segui-lo.
“Vós sois o sal da terra. E se o sal perder sua força, com que outra coisa se há de salgar? Para nada mais fica servindo, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens” (Mateus, 5:13).
O sal é um elemento de fundamental utilidade. Além de dar sabor aos alimentos, auxilia em sua conservação e mantém nosso corpo em equilíbrio. Para que exerça suas funções, é necessário misturá-lo aos alimentos, a fim de que por eles seja absorvido e produza os efeitos qualitativos que nos são necessários.
Dizendo serem os cristãos o sal da terra, Jesus está ensinando que devemos buscar ser o equilíbrio, nem mais nem menos, e sendo o dever primeiro de todo cristão o amor ao próximo. Cumpre-nos, então, a obrigação de nos aproximarmos para o auxílio ao próximo sem perguntar ou exigir nada em troca. O cristão que se afasta na clausura vai em busca de Deus, e dedica-se ao egoísmo, ou retira o sal. E aquele que exagera no puritanismo da religiosidade catequética por demais salga.
O Mestre de Nazaré, em todos os instantes, ensina como buscar o equilíbrio em nossas emoções e ações. Nada escapa de sua temperança fervorosa. Para quem pretende ser o sal da terra, é necessário buscar equilíbrio em nós mesmos, pois assim aprenderemos, com Jesus, passo a passo, a trilha do bem. E, através do contato pessoal, pela convivência saudável e construtiva, beneficiamos com pequenos gestos as vidas daqueles que nos rodeiam, trabalhando, servindo e difundindo os princípios salutares do Cristianismo, tal como o Mestre semeou diante de seus discípulos.