Nossos irmãos sofredores


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA Grupo de leigos católicos

14/09/2013 às 07h00

O povo sírio, muitas vezes citado na Bíblia, entra na História cristã com o episódio da conversão de Paulo. Entrando na cidade de Damasco, o recém-convertido começa a pregar a sua nova fé (At. 9,19-22). É o início da evangelização da Síria e o nascimento das primeiras comunidades cristãs fora de Jerusalém.

Hoje, a Síria vive os horrores da guerra. Os cristãos são minoria no país islâmico e divididos em muitas confissões e igrejas tradicionais. Numa delas, no pequeno e pitoresco povoado de Maoloucha, fala-se ainda o aramaico, idioma de Jesus. Durante séculos, viveram em paz com os muçulmanos, mas a guerra veio romper essa convivência. Recentemente, grupos muçulmanos fundamentalistas iniciaram uma perseguição direta contra os cristãos com destruição de igrejas, mosteiros, escolas e hospitais cristãos com violência e morte.

Na última semana, a ameaça de intervenção militar levou o patriarca Gregório III, primaz da Igreja Católica Melquita da Síria, a manifestar a rejeição categórica de tal intervenção que causaria ainda mais mortes e destruições. Diz ele: Contrário aos apelos, à luta armada, ao ataque, à intervenção militar, nos alegramos com os apelos expressos em escala mundial que exortem à reconciliação, ao diálogo, à solidariedade humana, à esperança, ao perdão e, enfim, à paz. O patriarca manifesta também a sua satisfação com o apelo à oração feito pelo Papa Francisco. Consideramos como sinal e intervenção de Deus terminar nossa semana de oração pela Síria em comunhão com o Santo Padre e a Igreja Universal por meio da jornada mundial pela paz.

A situação dos cristãos no Egito é também de sofrimento. O bispo católico da Igreja Copta, monsenhor Kyrillos, testemunha: Sabíamos da reação (da Irmandade Muçulmana), mas não nessa brutalidade. Ele esclarece, entretanto, que grande parte de muçulmanos ficou ao lado dos cristãos para defender igrejas e outras edificações cristãs. Ele termina dizendo: Estamos prontos a sofrer, a ser tomados como alvo, a perder nossas igrejas, nossas casas e nossos meios de subsistência a fim de salvar o Egito para os cristãos e os muçulmanos. Precisamos das orações de todo o mundo para resolver nossos problemas. Somos preocupados com o futuro de nossos filhos; o que queremos é que cristãos e muçulmanos possam viver lado a lado.

O Papa Francisco nos convidou à oração e deu o exemplo na participação da vigília em 7 de setembro. Muitos de nossos irmãos na Síria, no Egito e no Oriente Médio sofrem perseguições. Não podemos ficar indiferentes. Que sejamos solidários pela compaixão e oração!

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