Ciclistas por toda parte
Na próxima semana, nos dias 23 e 24, Juiz de Fora vai sediar o Campeonato Brasileiro de Marathon de Mountain Bike XCM, um dos principais eventos do calendário nacional da modalidade, reunindo atletas de elite de todo o país e um grande número de amadores apaixonados pelas bikes. Você sabia disso? Acredito que uma grande parcela de pessoas vai dizer que não. Essa minha conclusão não se baseia em pesquisas, em dados oficiais, mas em mim mesmo, que, por justificativas diversas (ou, melhor admitir, por não colocar isso como prioridade), ainda não fui fisgado pela prática do esporte, tendo meu olhar atraído por esse tipo de acontecimento.
Porém, ao aprofundar as discussões sobre mobilidade urbana, buscar soluções para melhorar o direito do cidadão de ir e vir ou defender a acessibilidade, é encontrada uma solução comum: as bicicletas, que, aliás, mesmo sem qualquer tipo de investimento, estão marcando cada vez mais presença nas ruas de Juiz de Fora. Felizmente.
Regiões como Humaitá e trechos da tão polêmica BR-440 se tornaram destinos certos para quem pedala. Exemplo disso é que, no fim de outubro, um grupo de aproximadamente 200 ciclistas participou, de forma totalmente voluntária, do desafio Dez horas de bike na Via São Pedro, se revezando e mantendo a presença das bikes durante toda a duração do evento. Um parêntesis no mundo dos pedais, mas que também merece destaque, é o fato de que, pelo menos uma vez por mês, uma média de 1.500 pessoas se reúne em pleno domingo (dia típico de descanso) para correr cinco, sete, dez quilômetros, faça chuva ou faça sol, nas corridas do Ranking da Prefeitura. O que eles ganham com isso? Por um lado, a resposta pode até ser, simplesmente, nada ou, no máximo, um kit e uma medalha de participação. Mas a grande verdade é que quem está ali ganha muito. A começar pela saúde.
Porém, quem mais ganha com isso é Juiz de Fora. Ao promover o esporte, estamos tirando nossos jovens da violência, das drogas. Estamos tirando as pessoas dos postos de saúde, dos hospitais. Estamos diminuindo o número de carros nas ruas. Estamos pensando em acessibilidade. É diante disso que proponho uma provocação, na qual me incluo como vereador e cidadão. De levantarmos de nossas cadeiras, da comodidade de nossa casa, de nosso escritório para pensarmos em formas de garantir uma maior segurança, a inclusão e o acesso de ciclistas, corredores ou caminhantes, que, por amor, profissão ou necessidade, diariamente percorrem as ruas de nossa cidade. De respeitá-los no trânsito, lembrando sempre de sua vulnerabilidade frente a um carro. De estabelecermos lugares adequados e atrativos para a prática de atividades físicas. De valorizarmos a realização de iniciativas, como o Campeonato de MTB, que, antes de mais nada, elevam o nome de Juiz de Fora.
E, quanto a mim, espero também um dia conseguir levantar da cadeira para me integrar a esses corredores ou ciclistas, que sabiamente estão transformando suas vidas pelo esporte.