‘Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte?’


Por CARLOS MAURÍCIO DE MORAES RAMOS PEREZ, COLABORADOR

13/08/2015 às 07h00

O Brasil não vive uma crise econômica ou política. Vivemos hoje um período que eu chamaria de construção de valores. Estamos naquela fase que diferencia os adultos dos jovens. Nossa democracia ainda é nova, e, dependendo do caminho a ser tomado, nos tornaremos adultos logo ali na frente e sairemos dessa “inhaca” muito mais fortes do que antes.

O juiz Sergio Moro, em uma atitude individual e corajosa (para aqueles que ainda acreditam que a multidão ou a humanidade suplanta a individualidade), está conseguindo, com muito trabalho e competência, mostrar-nos que ainda há esperança nessa paisagem funesta que vivemos. Que o nobre magistrado investigue todos que fazem parte dessa quadrilha que, uma vez, o Lula chamou de 300 picaretas. Pobres inocentes que acreditavam que ele fosse exterminá-la, ao contrário! Queria mesmo era comandá-la. Essa crise de valores começou a ser construída lá atrás, em meados dos anos 1980!

Há dois anos, comecei a me manifestar neste espaço com o artigo: “O Governo popular”. Manifestações contrárias ao “lulopetismo” ainda eram muito tímidas. Hoje, o que se vê é a grande maioria ser contrária a tudo que se encontra no nosso horizonte, e mais de 65% da população brasileira são a favor do impeachment da presidente da República.

No dia 16 de agosto, estarei na manifestação coordenada pelos jovens do Movimento Brasil Livre! Sou, assim como milhões de pessoas, um cara alienado. Sou tão alienado que escrevo, de graça, para um jornal que paga aos jornalistas para escreverem. Sou tão alienado que luto por oportunidades iguais para todos. Também luto, diuturnamente, para fazer valer a Constituição Federal. Educação, saúde e segurança de qualidade para todos! Sempre digo não para empresas estatais que nada mais são do que feudos para a “aristocracia política” se esbaldar em uma orgia interminável de corrupção. Somos milhões de alienados que trabalham em favor da liberdade individual. Nossos sonhos são nossos sonhos, não procuramos construir um sonho comum para todos, como fazem os ditos “politizados”.

Os filhos burgueses dos pais conservadores que começaram a nos chamar de alienados, no final da década de 1960, devem estar desiludidos. O Ronnie Von das massas (o Zé, aquele que conquistou os corações das burguesinhas filhinhas de papais conservadores) deu de presente a toda uma geração de “emparelhados” uma concretude de “pixulecos”. Não foi este país que imaginei para as minhas filhas! Alguém apagou o horizonte de milhões de brasileiros, e lutarei como um alienado para saber quem passou a esponja nos céus. Você, caro brasileiro e brasileira, no dia 16 de agosto, vá para a rua!

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