INSS: fila invisível e sistema fora do ar
Apesar do esforço de vários mutirões para dar andamento aos processos administrativos, mais de 1 milhão e 500 mil pessoas esperam ansiosamente por uma resposta a um requerimento no INSS
Você já passou na frente ao INSS na Avenida dos Andradas, no Centro, ou na Rodoviária? Tinha fila? Desde os momentos mais críticos da pandemia, quando os atendimentos ao público foram interrompidos, não temos mais aquelas filas enormes nem frente ao prédio do INSS, em qualquer das agências em Juiz de Fora, ou mesmo por todo nosso país. Mas isso não significa que ela não existe. Apesar do esforço de vários mutirões para dar andamento aos processos administrativos, os números são alarmantes: mais de 1 milhão e 500 mil pessoas esperam ansiosamente por uma resposta a um requerimento no INSS.
A situação seria razoável se o sistema do INSS ao menos estivesse funcionando. Ligar para o 135 é uma verdadeira tortura. O sinal é ruim, o barulho é terrível, o atendente não tem conhecimento de direitos dos aposentados, e se resumem a ler as telas, sem conseguir esclarecer os problemas os quais são questionados. Mas isso tudo só acontece quando você é atendido. As ligações costumam ter tempo de espera de mais de 7 minutos. E as pessoas desistem. Desistem de ter acesso aos seus direitos. Desistem de não conseguir mexer no aplicativo. E desistem, pois até quando tudo é acessível, o sistema está fora do ar, sendo esse um problema que está assombrando os beneficiários do INSS há semanas. Falta sistema, falta internet para os servidores, faltam servidores e falta estrutura!
O INSS, uma dos maiores programas de previdência pública do mundo, não tem estrutura para atender a população. Sucateado e em crise. Funcionários exaustos, sem motivação e poucos. Por que o site da receita federal recebe investimentos e tecnologia de ponta, e o site que concede benefícios aos trabalhadores que sustentam esse país não recebe nada equiparado? INSS é serviço público, é previdência pública, é vetor de diminuição de desigualdade a partir de uma distribuição de renda por direito das pessoas envolvidas! E tem quem o defenda. Nós mesmos!