Cícero e Tertuliano no Brasil!


Por SAGRADO LAMIR DAVID, MÉDICO E EX-PROFESSOR DA UFJF

12/11/2015 às 07h00- Atualizada 12/11/2015 às 08h44

De tanto ver, ouvir e presenciar os absurdos humanos, políticos e culturais que ocorrem em nosso adorado rincão, de natureza pródiga e admirável, a oferecer invejáveis condições de vida a seres humanos, e de todas as outras espécies criadas por Deus, espanto-me ao presenciar os enormes absurdos que nos fazem cada dia mais espantados. Recorrermos à magnífica História Pregressa, de tempos inesquecíveis, onde, e quando, o espanto maior de marcantes figuras, cujos espantos perante essa controvertida condição humana, que inspirou grande figura, saudosa do jornalismo brasileiro, a exclamar-me quando em visita a grande matutino carioca: “Sagrado, o ser humano é inviável!”. Na época, não concordei com ele, mas hoje, pelo que vemos ocorrer no Brasil, concordo plenamente!

Daí, inspirar-me nessa decepção – em lamentável, mas real inspiração – para propor-lhes um mergulho na exemplar História Antiga. Imaginem se algum descendente de romanos e de cartagineses, e no Brasil existem muitos, e eu mesmo, de ascendência libanesa, tenho na família misturas de origem variada, resolvesse especular, mas com realidade, sobre os últimos – e lamentabilíssimos- acontecimentos que ocorrem no Brasil.

O pobre Cícero, lá da Antiga Roma, tendo que repetir sua famosa frase: “Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?”, ao constatar as corrupções de bilhões e bilhões de dólares – isso mesmo -, pois nosso Real está desmoralizado -, apesar da honestidade do injustiçado e honesto Itamar Franco, lá nos paramos celestiais!, e onde colocar a figura de Catilina, na figura atual de quem? Que respondam os decepcionados cidadãos brasileiros, perante a corrupção dantesca que arrasa toda a nossa economia, nossa integridade moral e nossa dignidade perante as outras nações.

Mas relembrar Cícero é pouco. Não nos esqueçamos de Tertuliano. Aquele mesmo descendente de fenícios, cidadão da Antiguidade, que afirmaria: “Creio por ser absurdo!”, naquilo que presenciaria dentro dos campos de futebol e periferias da nação, onde grupos de torcedores rivais, (des)organizados em torcidas violentas, se digladiam “em nome” de suas “paixões” do ludopédio, se ferindo e se matando?!

“Quosque tandem – ? abutere patientia nostra?” – deixo a critério dos leitores colocar nomes substituindo as interrogações da frase. E, se algum brasileiro for eleito presidente da Fifa, que dê logo um jeito de organizar – para a paz e a concórdia – essas nossas criminosas e sangrentas torcidas “organizadas”.

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