Quando julgamos só o outro


Por ANGELA HALFELD CLARK, COLABORADORA

11/11/2015 às 07h00- Atualizada 11/11/2015 às 08h44

Quando julgamos só o outro, nós nos consideramos perfeitos. Somos os donos da verdade, compactuamos com a hipocrisia que é acreditar nas nossas próprias mentiras. Levantamos o nosso dedo em riste, sendo muitas vezes mais cruéis que os carrascos de todas as épocas.

Nos tempos atuais, nos deparamos com a crise na política, cada um quer julgar mais do que o outro pela sede de poder. O povo pede lisura e se esquece de fazer a sua parte no seu dia a dia. Começando na sua própria família e na vida profissional. Aqui na Terra, só existem seres humanos que pensam, e, quando paramos, nós verificamos ainda muitas falhas. Se cada um de nós procurar limar as nossas arestas, ou seja, lutar contra os nossos erros, o todo se transforma. Não adianta correr de ali para acolá, pois teremos o mesmo processo que combatemos só no outro.

A população estando mais ativa estabelece mudanças mais substanciais, o que não é suficiente para mudar, principalmente na questão da honestidade. As classes sociais necessitam de educação, com disciplina e amor, porque somente adquirir bens materiais não muda o perfil da sociedade. Isso passa pelo processo que julgamos só o outro e não percebemos a nossa real situação.

Observamos que a “fofoca” em relação ao malfeito de outrem faz a maioria das pessoas “salivar” de satisfação, se esquecendo da própria vida. Percebemos o tempo perdido com falcatruas, crueldades e produção das próprias doenças.

Não sou apologista da indiferença perante a situação em que vivemos, e sim a favor do desenvolvimento do nosso caráter, junto com as nossas reais reivindicações para uma democracia plena. A procura pela utopia em uma sociedade corrupta é impossível. A começar pela própria pessoa, ou pelo grupo por ela representado.

Não somos perfeitos, temos nossas mazelas, mas devemos buscar o aprimoramento moral e ético para servir de alicerce para as futuras gerações aqui no nosso Brasil.

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