Juventude, violência e educação
Um assunto recorrente nos noticiários foca a relação entre os jovens e a violência associada ao nível socioeconômico e ao nível de escolaridade. Entretanto, alguns pontos dessa relação precisam ser mais bem analisados. Vou apontar três agentes envolvidos nesta conjuntura: a família, a escola e o Estado.
O fato de o jovem ser pertencente a uma classe econômica de baixa renda não implica o seu envolvimento com a violência, assim como um jovem cuja família possui uma condição econômica mais favorecida não está livre de se tornar vítima ou causador de atos violentos. O ponto crucial em ambas as situações é a educação, o que aponta para a importância da participação responsável das famílias na formação básica de seus filhos.
Em termos de nível escolar, a violência pode circular em uma escola de ensino fundamental ou em um conceituado centro universitário. Ampliar o acesso à educação no Brasil não significa a continuidade dos estudos. É preciso incentivar o aprendizado, valorizar a leitura, levar os alunos a empreenderem. O ponto central, nesse caso, é a educação fornecida nas instituições escolares, pois esta precisa atingir todos os adolescentes e jovens, apontando e oferecendo uma formação que articule os conteúdos tradicionais às demandas da atualidade.
Os índices de violência só diminuirão à medida que cada instituição exercer o seu papel. Cabe ao Estado elaborar, implementar e fiscalizar políticas públicas que colaborem com a educação integral da juventude, criando condições para que ela possa se desenvolver. Também compete às famílias, às escolas e à sociedade cobrarem essas ações efetivas do Poder Público, inclusive quando for imperativo punir, tendo em vista que em uma punição deve haver um princípio educativo como meta.
É um círculo virtuoso: a família oferece a base da educação; a escola trabalha-a, fomentando condições para a promoção humana; o Governo atua no sentido de garantir os subsídios necessários para que todos tenham oportunidades de fazer da educação um caminho único e seguro. Assim, juventude não será um ponto de chegada da violência, mas uma etapa que conduzirá a uma vida participativa que prime pela consciência social e pela valorização de cada indivíduo, independentemente de sua raça, sua condição socioeconômica, seu nível de escolarização, etc.