Corpus Christi
A Eucaristia não é um símbolo, mas sim a presença real de Deus (…)
O Concílio de Trento resume a fé católica ao declarar: “Por ter Cristo, nosso Redentor, dito que aquilo que oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente seu Corpo, sempre se teve na Igreja esta convicção, que o santo Concílio declara novamente: pela consagração do pão e do vinho opera-se a mudança de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; esta mudança, a Igreja católica denominou-a com acerto e exatidão Transubstanciação”.
A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento ‘não se pode descobrir pelos sentidos, diz Santo Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus’. Por isso, comentando o texto de São Lucas 22,19 (“Isto é o meu Corpo que será entregue por vós”), São Cirilo declara: “Não perguntes se é ou não verdade; aceita com fé as palavras do Senhor, porque ele, que é a verdade, não mente”.
A Eucaristia não é um símbolo, mas sim a presença real de Deus, porque “sob as espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso, está presente de maneira verdadeira, real e substancial, seu Corpo e seu Sangue, com sua alma e sua divindade” (Concílio de Trento). Os Evangelhos de São Mateus (Mt 26-26-28), São Marcos (Mc 14,22-26), São Lucas (Lc 22,15-20) e o apóstolo Paulo (1ª Epístola aos Coríntios 11,24-27) nos transmitiram o relato da instituição da Eucaristia. São João nos relata as palavras de Jesus que preparam a instituição da Eucaristia: Cristo designa-se como o pão da vida, descido do Céu (João 6,41).
O escrito cristão extrabíblico mais antigo (denominado Didaké, fim do século I) apresenta um capítulo sobre a Eucaristia e nos fala que Deus “nos deu uma comida e uma bebida espirituais”. Desde o século II temos o testemunho de S. Justino Mártir sobre as grandes linhas do desenrolar da Celebração Eucarística, que permaneceram as mesmas até os nossos dias. Assim escreve, pelo ano de 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que os cristãos fazem: “Terminadas as orações, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos pão e um cálice de água e de vinho misturados. Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do Filho e do Espírito Santo e rende graças (em grego: eucharistian), que significa ‘ação de graças’ longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes dons. Quando ele termina as orações e ações de graças, todo o povo presente aclama: Amém. Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água ‘eucaristizados’ e levam também aos ausentes”.
A vida divina, plantada em nossas almas no Batismo, precisa de alimento para se desenvolver com vigor. Deus satisfez maravilhosamente a esta necessidade dando-nos sua Carne e Sangue na Sagrada Eucaristia, o alimento da vida sobrenatural.