Juiz de Fora e as Eleições 2018


Por José Eloy dos Santos Cardoso, economista, professor e jornalista

07/11/2018 às 07h00

Políticos regionais com tradição, como Marcus Pestana, Antônio Jorge e Isauro Calais, ficaram de fora do jogo eleitoral. Em compensação, Júlio Delgado, Margarida Salomão, Charlles Evangelista, Noraldino Júnior, Betão e delegada Sheila foram reeleitos ou eleitos e serão responsáveis pelas defesas de Juiz de Fora e de toda a região da Zona da Mata.

Não vamos discutir se a nossa antiga e importante região mineira continuou a ser esquecida pelos políticos. Basta verificar que a simples ligação de 15 quilômetros entre a BR-040 e a MG-353 ficou mais de dez anos para ser concluída, além de hospital inacabado e outras obras. O esquecimento da Zona da Mata vem sendo comentado em vários jornais da região e não é sem razão. Em inúmeros artigos na Tribuna, tive a oportunidade de descrever esse problema como economista. Em alguns deles, fui elogiado e também criticado em outras ocasiões. Por exemplo, até hoje, o Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco ainda não conseguiu ser classificado também como aeroporto de cargas, função para a qual foi edificado. Também estão faltando em Juiz de Fora a conclusão de um hospital que tenderá a atender a inúmeros municípios, investimentos industriais que ainda não foram realizados, etc. A importante Peugeot automóveis iria ser construída no município, e isso não aconteceu por falta de apoio político. Foi para o Estado do Rio de Janeiro, deixando milhares de empregos regionais fora da região e de Minas Gerais.

Apoio político sempre foi importante para o desenvolvimento regional. Lembro aqui de Último de Carvalho, ex-deputado federal que foi do antigo Partido Social Democrático (PSD). Apesar de conhecido nacionalmente como deputado da pequena cidade de Rio Pomba, antigo Pomba, que, na época, não tinha nem dez mil habitantes, era respeitadíssimo na Câmara Federal que ainda funcionava no Rio de Janeiro. Para Rio Pomba, levou a construção de uma Escola Agrícola que foi inaugurada por Juscelino Kubitschek e hoje virou Cefet com vários cursos superiores. Graças a ele, também foram construídos grupos escolares em Tabuleiro e Rio Pomba, pontes em Rio Pomba, Piraúba, Tabuleiro, além de possibilitar a criação de curso ginasial e médio no Colégio Estadual de Rio Pomba e várias outras obras que foram importantes para o crescimento daqueles municípios.

Se Juiz de Fora tivesse só um batalhador e brigador pelo desenvolvimento regional como foi Último de Carvalho, cujo irmão foi Menelick de Carvalho, que foi uma figura importante para Juiz de Fora e, hoje, até existe uma praça com seu nome, já estaria de bom tamanho. Quem viveu 70 anos atrás e conviveu com aqueles políticos realizadores pode testemunhar aquilo que estou descrevendo. A história não mente.

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