Dengue… A quem serve?
Todo ano, são as mesmas notícias. “Liraa de 6,8% indica risco de epidemia em JF”, “Ações de combate à dengue e febre chikungunya são intensificadas”, “PJF nomeia 25 agentes de endemia”. Geralmente, a dinâmica em torno da dengue segue por esta tríade. Consta-se o aumento dos focos, fazem-se ações pontuais, e contratam-se mais agentes. Nada muda.
Algum leitor mais crítico poderá questionar: “Existe alguma outra forma de combater a dengue?”. Acreditamos que sim. Se ano após ano os fatos (e focos) se mantêm, podemos concluir que existem duas possibilidades para que ações atuais não estejam sendo eficazes: (1) algo na cadeia de combate ao mosquito não está funcionando ou está faltando; (2) algo na cadeia de combate ao mosquito não pode funcionar. Como assim não pode funcionar?
Para que ações sejam eficazes, é preciso que haja um ciclo. é preciso: (1) haver um planejamento das ações, (2) logo após, executar as ações planejadas, (3) verificar se as ações foram eficazes, (4) fazer as correções necessárias (ou manter as ações se tiverem sido eficazes) e retornar o ciclo. Podemos verificar que nada disto é feito. Não existe planejamento, as ações são paliativas, e não existe acompanhamento, nada é reavaliado. Se fosse feito o ciclo, a dengue não existiria mais.
O aporte de verbas federais talvez seja o maior problema no combate à dengue, pois ele perpetua o ciclo, uma vez que premia quem é leniente com a epidemia. O que deveria acontecer é exatamente o oposto. O Ministério da Saúde deveria premiar as prefeituras que combatessem a doença de forma eficaz e que os focos diminuíssem ao ponto de serem eliminados. Após a eliminação, o aporte continuaria de forma que as prefeituras continuassem as ações de combate a outras endemias ou outras deficiências em sua rede de saúde. Desta forma, todos nós ganharíamos, exceto as picadas do mosquito.