50 anos do Concílio Vaticano II


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA, GRUPO DE LEIGOS CATÓLICOS

05/12/2015 às 07h00

O Concílio Ecumênico Vaticano II, realizado entre outubro de 1962 e dezembro de 1965, completa 50 anos no dia 8 de dezembro, mesma data em que o Papa Francisco lança o Jubileu Extraordinário do Ano Santo da Misericórdia, antecipado em dez anos. Neste dia, o Papa Francisco abrirá a Porta Santa, que se tornará, então, uma Porta da Misericórdia, na Basílica de São Pedro, em Roma. No domingo seguinte, Terceiro Domingo do Advento, será aberta a Porta Santa na basílica de São João de Latrão e, em seguida, nas demais basílicas papais.

Como disse recentemente o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, o Concílio foi o fato mais marcante da história da Igreja Católica no século XX. Os papas Pio XI e Pio XII, na primeira metade do século passado, já haviam cogitado a convocação de um Concílio, mas as circunstâncias históricas, sobretudo as duas grandes guerras mundiais, não permitiram levar adiante esse propósito. Foi São João XXIII que tomou a decisão de convocar um Concílio Ecumênico; e o fez à surpresa, sem prévios estudos ou consultas, no dia 25 de janeiro de 1959, explicando que se tratou de uma espécie de “intuição divina”, que lhe veio de modo espontâneo e forte, “como flor de inesperada primavera”.

O grande objetivo da convocação do Concílio foi a renovação da vida da Igreja mediante a revitalização da fé católica, a renovação dos costumes no meio do povo cristão e a adaptação da disciplina da Igreja às necessidades do tempo. Em seguida, também foi acrescentada a preocupação ecumênica, para a busca da unidade da Igreja. João XXIII desejava que, através do Concílio, a Igreja reencontrasse o seu rosto genuíno e os traços simples e puros das suas origens.

O Concílio Vaticano II foi realizado ao longo de quatro anos, com a participação da quase totalidade dos bispos católicos do mundo. Em 1963, ainda durante o primeiro ano do Concílio, João XXIII veio a falecer. Seu sucessor, Paulo VI, conduziu os trabalhos conciliares até a sua conclusão, em 8 de dezembro de 1965. Ao todo, foram produzidos 16 preciosos documentos. Os primeiros frutos, porém, foram, certamente, o clima novo de interesse, entusiasmo e confiança despertados na Igreja e o entrosamento dos bispos entre si e com o sucessor de Pedro.

Explica o cardeal, nesses 50 anos, o Concílio produziu uma grande transformação em toda a vida da Igreja: na liturgia, na teologia, na revisão geral das normas disciplinares da Igreja e na formação de seu clero. Os efeitos dessa renovação são mais perceptíveis nas dioceses e comunidades locais. As conferências episcopais já existentes foram fortalecidas, outras foram instituídas. O mesmo vale para os organismos continentais da Igreja, como o Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM). Este teve um papel relevante na implementação das reformas conciliares, através das quatro grandes Conferências Gerais dos bispos da América Latina e do Caribe: Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007).

Que as comemorações dos 50 anos do Concílio e a abertura do Ano Santo sejam um período “para sentirmos intensamente em nós a alegria de ter sido reencontrados por Jesus, que veio, como Bom Pastor, à nossa procura, porque nós tínhamos extraviado. Um Jubileu para nos darmos conta do calor do seu amor, quando nos carrega aos seus ombros e nos traz de volta à casa do Pai”.

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