Fiscalização eletrônica do trânsito
“Houvesse respeito e educação por parte de quem faz o trânsito, certamente, isso seria desnecessário”
Por esses dias, a Tribuna de Minas publicou em suas páginas a notícia de que em Juiz de Fora seriam implantados mais radares (76) e que o custo do contrato de instalação e manutenção desse sistema de fiscalização eletrônica custaria ao município R$ 4 milhões por um período de 24 meses.
Pelas redes sociais, muitos criticaram, denominando a ação de implantação dos radares como “indústria de multas”. Na verdade, há uma “indústria de infratores”. Sim, porque, se há normas de trânsito, basta segui-las para não ser multado. Mas, por mais estranho que possa parecer, para muitos, o excesso de velocidade, o avanço do sinal vermelho por motoristas e, principalmente, por motociclistas, o trafegar por faixas exclusivas do transporte público é normal.
Como disse o jornalista, editor e diretor do jornal Tribuna de Minas, Paulo Cesar Magella, na edição de 19 de janeiro de 2022: “Essa indústria é apenas um argumento de rejeição, pois a multa só é registrada para quem descumpre as leis. Daí a responsabilidade é do autor, e não do radar”. Se é assim, o que temos, de fato, é uma “indústria” de rebeldes infratores, que não aceitam respeitar leis de trânsito, num país considerado campeão em acidentes de trânsito com vítimas fatais.
O pior são os argumentos de que, em vez de investir em segurança viária, a municipalidade deveria aplicar o recurso para tapar buracos e em necessidades outras, jamais na instalação de mais radares. Houvesse respeito e educação por parte de quem faz o trânsito, certamente, isso seria desnecessário. Infelizmente não o é, porque pela punição também se educa. É como diz o jornalista Paulo Cesar Magella: “A instalação de radares pela cidade causa incômodo, mas a educação no trânsito não é suficiente para inibir a ação dos infratores”.
Qualquer um de nós pode constatar isso a todo instante e em qualquer parte da cidade. Hoje mesmo, no dia em que escrevo este artigo, assisti, em poucos minutos, a motoristas deixarem de circundar uma rotatória existente na interseção de Rua Mamoré com Rua Araguaia, em São Mateus; os três condutores ignoraram totalmente o dispositivo de trânsito e cortaram caminho pelo lado oposto da rotatória, o que poderíamos denominar “contramão de circulação da circunferência de direção obrigatória”!
Por isso, em muito boa hora, numa cidade do porte de Juiz de Fora, hoje, com mais de 288 mil veículos automotores cadastrados e cheia de condutores mal-educados, esses novos radares são muito bem-vindos, tendo por objetivo punir o excesso de velocidade, o registro de avanço de semáforo e a parada sobre a faixa de pedestres, além de registrar e penalizar o uso inadequado das faixas exclusivas destinadas ao transporte público por outros veículos. Com essa providencial medida, a municipalidade acertadamente tende a evitar o quanto possível a ocorrência de acidentes de trânsito, protegendo a vida e aumentando a segurança viária.
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