Temos duas vidas


Por Sagrado Lamir David Médico, ex-professor da UFJF, poeta e escritor

01/08/2019 às 06h59- Atualizada 01/08/2019 às 07h27

Quem pode – ou tem a coragem – de negar o que afirmo acima?! Ora, duas vidas… quais são? Simplesmente: 1 – a vida que nos vive; 2 – a vida que vivemos. E ambas têm muito valor!

E se a eternidade nada mais é do que o caminho insensato para a manutenção pura e a egoísta persistência da duvidosa personalidade, só nos resta viver e deixar viver, enquanto nos considerarmos vivos – pela vida que vivemos. E, mais que tudo, não deixemos de acreditar, pela fé que remove as montanhas da vida que vivemos, em nome divino – esse, sim – da vida maior que vive a gente.

Daí os homens terem inventado – de modo grandioso – as religiões, para representarem Deus, sem que Deus precisasse ter qualquer religião para ser acreditado… Dando também aos homens a razão e a consciência de poder representá-lo, desde que pelo sentimento maior, pelo amor e pela saudade e, especialmente, pelo perdão a tudo e a todos, não excluindo que tudo isso, que é produto da vida que nos vive, nada mais é do que a presença de Deus em cada um de nós, em todos nós e em tudo que nos cerca.

Para terminar, olhem lá, escrevo apenas o que estou sentindo, muito mais do que da vida que vivemos, concordando com a frase que diz que o coração tem razões que a própria razão desconhece, pois o coração bate não só para manter a vida que vivemos, mas, divinamente, para manter a existência de Deus dentro de cada um de nós!

E se não se consolarem com os argumentos humanos com os quais procuro adaptar-me à vida divina que nos vive, consolemos-nos todos com a grandeza de Sócrates, de inteligência marcante, que, humildemente, quando lhe perguntaram o segredo de sua grande sabedoria, apenas respondeu, com muita sinceridade: “Apenas sei que nada sei!”

Mas, ao mesmo tempo, nos aconselhando, no famoso “Conheça-te a ti mesmo!”, para também assumirmos a própria ignorância e nos afastarmos de uma ambiciosa e patológica inteligência artificial, que só servirá para servir àqueles que continuam escravizados à invenção pelos homens, do vil metal, que seria divino se cada um de nós soubesse utilizá-lo para a educação, para a saúde, para a segurança, de cada um e de todos, independentemente de raça, de cor, de credo, de sexo, e de todos os reinos de seres vivos, sejam animais, sejam vegetais! Enfim, viver e deixar viver.

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