Uma lei, muita aplicabilidade
O momento de ingresso na faculdade é marcante na vida dos jovens. Uma nova etapa da vida começa, e a ansiedade dos calouros é inevitável. Contudo, muitos estudantes ficam temerosos quanto aos trotes aplicados pelos veteranos. Humilhações, agressões verbais e excesso de sujeira são alguns dos elementos que causam receio entre os novos alunos. Porém, essas práticas não fazem mais parte da vida dos universitários residentes em Juiz de Fora.
Sancionada pelo prefeito em setembro do ano passado, a Lei 13.028, de minha autoria, proibiu trotes violentos e constrangedores na cidade, substituindo-os por ações solidárias. A iniciativa, aprovada unanimemente pelos vereadores da cidade, foi criada para manter a integridade dos calouros e a limpeza nas ruas públicas, que sofriam com a sujeira deixada pelos restos de tintas e alimentos provenientes dos trotes.
Vista com desconfiança por alguns setores da sociedade juiz-forana, a proposição teve sua eficiência comprovada no início deste ano com a volta às aulas universitárias. Alunos matriculados em cursos superiores e técnicos de instituições públicas e privadas retomaram as atividades nos meses de fevereiro e março sem que nenhum caso do antigo modelo de trote fosse registrado. Calouros não foram pintados, não tiveram roupas rasgadas e não passaram por brincadeiras humilhantes. Em contrapartida, a solidariedade se tornou o foco principal nas recepções aos novos alunos.
Com a aplicação da lei, que prevê multa de R$ 500 para quem descumprir a determinação, doações de alimentos e roupas foram feitas por estudantes de vários cursos e instituições, alterando positivamente o ritual do trote em Juiz de Fora e exemplificando a aplicabilidade de leis aprovadas pela Câmara Municipal. Torçamos para que esta alteração no trote marque o início da vida acadêmica de muitos jovens e também de uma harmonia fundamental entre anseios da população, Legislativo e Executivo para o desenvolvimento de nossa cidade.