AGENDA CHEIA
A volta às atividades no Congresso Nacional repõe na agenda discussões importantes para o país. Durante o recesso, a economia esteve em evidência, embora sem grandes novidades, salvo o recorrente discurso de que é preciso agir. A face mais emblemática foi a reunião do Conselho Político, na quinta-feira, que retomou uma agenda de lamentações, sobretudo do setor privado, pela falta de ação do Governo federal. Mesmo assim, prevaleceu a tese de que todos perdem quando a economia vai mal.
O fim do recesso aponta para questões importantes, como os processos em curso não apenas contra a presidente da República mas também envolvendo os presidentes da Câmara Federal e do Senado. São agendas que travam o debate mais amplo, pois seus reflexos não só paralisam o processo político como também ampliam a incerteza na economia. Nenhum investidor de bom senso vai atuar enquanto não houver certeza de que o país está nos trilhos, a despeito da segurança das instituições.
O processo de impeachment de Dilma Rousseff e as ações de improbidade contra Eduardo Cunha e Renan Calheiros precisam ser resolvidos. Hoje, a discussão gira em torno desses temas quando há questões mais importantes em conta, a começar pelo próprio projeto econômico. Como o ano também será de eleições, os impasses têm que ser superados ainda no primeiro semestre, pois só assim será possível dizer que o ano não foi perdido.