Cuidado com os rios

Agentes públicos e a população têm a missão em comum de manter os rios e seus afluentes limpos, para evitar os riscos decorrentes do período de chuvas intensas


Por Tribuna

28/12/2018 às 07h00- Atualizada 28/12/2018 às 07h29

As recentes inundações em Juiz de Fora, e comuns também em outras regiões, indicam que a impermeabilização tornou-se uma necessidade do progresso, mas, ao mesmo tempo, um problema no ciclo das águas, pois impede o seu escoamento, gerando grandes alagamentos. Em Juiz de Fora, há vários pontos críticos, que precisam ser mapeados e divulgados para a população, a fim de evitar surpresas que podem ter consequências trágicas.
E é nesse contexto que entra o cuidado com os rios e seus afluentes, responsáveis, em boa parte, pelos danos que afetam a vida da população. A falta de correção de curso e de limpeza das margens é um dos fatores que levam aos alagamentos. Em outros, o fechamento, questionado principalmente por ambientalistas, acaba provocando refluxo diante do pouco espaço para escoamento. É o caso do Córrego Santa Luzia, que enche de uma hora para outra sem que haja algum tipo de previsão.

Por outro lado, os córregos completamente encapsulados, como o Independência, sob a Avenida Presidente Itamar Franco, não registram esse problema, provavelmente, por não estarem expostos ao descarte constante de lixo pela população. A cidade tem outros na mesma situação.
A cada enchente, é possível ver o desmazelo coletivo. São garrafas pet e objetos de toda sorte – inclusive móveis – que descem pelo leito do rio. Pelo Paraibuna, a retenção ocorre na Usina de Marmelos, na região do Retiro, mas nos córregos de menor porte esses objetos acabam nas margens, gerando retenção com o acúmulo de lixo. A consequência se mostra no ciclo das chuvas.

A infraestrutura das cidades deve ser um tema de discussão permanente, pois suas carências se explicitam em momentos críticos. O temporal da última segunda-feira foi o claro sinal dessa importância. Boa parte dos locais críticos poderia estar em outra situação se o acompanhamento fosse uma prática recorrente, a começar pelo Mergulhão, inaugurado em 1982, cujas máquinas de retirada das águas nem sempre conseguem resolver o problema.

O trabalho de despoluição dos rios, em curso na cidade, se torna cada vez mais uma prioridade, pois seu objetivo principal é manter os córregos limpos e o Paraibuna liberado, embora o foco seja o lixo orgânico. A despeito disso, o controle dos afluentes, em sendo uma ação permanente, pode dar fim ao cenário de risco ao qual a cidade ora assiste.

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