Pontos estratégicos
Mirantes da cidade precisam de mais investimentos e discussão sobre a sua melhor utilização
A proposta da Prefeitura de tornar o Morro do Cristo um monumento natural, para habilitá-lo, entre outras questões, a receber incentivos como compensações – hoje não é possível por não ser uma unidade de conservação -, é um avanço, pois a região carece de ações que a tornem capaz para tais captações, mas também para reforçá-la como um espaço de lazer e de turismo. Com uma visão privilegiada de Juiz de Fora, o local, há tempos, carece de investimentos. Seu parque e o próprio entorno, embora não estejam à mercê do tempo, poderiam ser mais bem utilizados.
O restaurante panorâmico, que já passou por vários locatários, mas sem se consolidar, é um ponto cuja destinação precisa ser mais bem avaliada. Pode ser um restaurante, mas também um espaço cultural, o que só será possível verificar se os diversos segmentos da cidade, sobretudo por meio de uma audiência pública, se manifestarem. O que não pode é sua inutilização. O mesmo raciocínio vale para a sede da antiga TV Industrial, destinada, em princípio, a um museu que fale da comunicação em Juiz de Fora.
O Mirante do Morro do Cristo é uma referência turística da cidade. Não há quem o visite e não se encante com a visão que apresenta da área central e do seu entorno. Há, no entanto, necessidade de investimentos na segurança do espaço e na criação de opções de lazer, como já ocorreu em outros períodos.
A consulta pública, aberta até o dia 5 de agosto, com o objetivo de transformar o local em monumento natural, joga luzes para outros espaços que carecem de manifestações do município. O Mirante do Bairro São Bernardo é outro local que precisa de atenção. Mesmo sem a dimensão do Morro do Imperador, dá ao visitante uma visão privilegiada da área central da cidade. Sua situação, porém, é mais crítica, pois visitá-lo tornou-se um desafio para os turistas ante a insegurança na região. Não há referências de acesso e muito menos qualquer projeto em seu entorno para torná-lo atrativo.
Durante muito tempo, discutiu-se a falta de espaços para o turismo em Juiz de Fora. A cidade, com localização privilegiada e equipamentos importantes, como Expominas, optou pelo segmento de eventos, especialmente com o Minas Láctea, embora tenha dois mirantes importantes que poderiam ser mais bem explorados e incluídos no pacote para os visitantes.
A audiência pública para tratar do Morro do Cristo deve dar margem a um debate mais aberto, que ganharia relevância para a administração que ainda está em sua fase inaugural, mas com capacidade suficiente para dar um novo norte ao turismo em Juiz de Fora. O fim da pandemia, ou seu controle, pode significar a volta de visitantes para os eventos combinados com visitas a tais espaços.
Para tanto, porém, é importante a soma de esforços, que, durante muto tempo, ficou à margem por conta de motivações políticas que tiraram da pauta projetos importantes para a cidade e para a região.