AVISOU ANTES


Por Tribuna

27/02/2016 às 07h00

Segundo relatos, o senador Delcídio Amaral, de volta ao Senado, teria dito a interlocutores que não aceita, sob hipótese alguma, ter o seu mandato cassado, pois não considera que o grampo que o flagrou negociando com a família Cerveró seja motivo para perder o posto. Ademais, por meio de outras fontes, teria ameaçado os pares, avisando que, se caísse, levaria metade da instituição consigo. Sem mandato, ele estaria na mira do juiz Sérgio Moro, algo que ninguém quer.

Nesse aspecto, a melhor resposta foi do presidente do Congresso, Renan Calheiros, quando disse que, se Delcídio quer falar, que o faça, não ficando apenas nas ameaças, mas essa é uma questão que ainda terá desdobramentos. O Conselho de Ética, coincidentemente, trocou o relator, tirando um parlamentar hostil a Delcídio, e, agora, está na busca de um “amigo” para fazer o relatório. Todos os indícios apontam para uma boa pizza, a despeito das provas apresentadas e que levaram o parlamentar ao cárcere.

Mas se fosse esse o único caso, a situação estaria sob controle. O Congresso tem várias frentes de problemas, sobretudo na Câmara Federal, onde, a cada dia, seu presidente, Eduardo Cunha, escoltado por sua tropa de choque, apresenta novidades para sobrestar o seu processo. Controlando a situação, ele disse ser fichinha ante o caso do marqueteiro João Santana, ora detido em Curitiba.

Os próximos dias serão emblemáticos para a instituição, que cai ainda mais nas pesquisas de opinião pública. Os primeiros seis meses do ano são tempo suficiente para a tomada de decisão. Caso contrário, o futuro continuará incerto. Como hoje, aliás.

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