TRÍPLICE PROBLEMA
Em meio às discussões políticas e econômicas, que prevalecem no noticiário desde as eleições do ano passado, um problema se acentua com repercussões imprevisíveis e preocupantes. Trata-se do que os sanitaristas estão chamando de tríplice epidemia, uma combinação de doenças distintas em si, transmitidas pelo Aedes aegypti: dengue, chikungunya e zika. Essa demanda de saúde pública tende a se acentuar com o verão, num cenário em que governos estaduais e municipais e a União, além da população, precisam se envolver diretamente.
Os pesquisadores estão preocupados, e com razão, com as condições em que tais doenças vão proliferar. Se nem mesmo no inverno elas arrefeceram, bastando ver os números da dengue no meio do ano, o que esperar no calor, clima ideal para o mosquito ampliar seus criadouros? Além disso, a população, de sua parte, tende a desconsiderar os riscos, achando que tudo está sob controle. Esse equívoco é visto nas ruas, com o descaso no descarte do lixo e na ausência de controle dos depósitos de água.
Isto posto, cabe aos órgãos públicos retomar, de forma intensa, as campanhas de advertência, a fim de forçar o engajamento popular numa causa que é de todos. Insistir na discussão e colocar em curso até mesmo medidas mais drásticas são questões que devem entrar na agenda coletiva, como disse o próprio ministro da Saúde, Marcelo Castro, ao admitir que “estamos com um problemão para resolver. Ele terá que ser resolvido por todos juntos”.
Além de estar associada com a microcefalia – mal que atinge recém-nascidos -, há suspeitas de que a zika provoque uma doença autoimune, que leve à paralisia Guillaim-Barré. Há, pois, razão para se preocupar.