Virou moda


Por Juliana Netto

24/04/2016 às 07h00

Alguns crimes são sazonais. Ora a cidade se vê com um acentuado número de homicídios, ora com crimes contra o patrimônio, incluindo furtos e roubos. A moda, agora, pelo menos é o que apontam os números, são os roubos de automóveis. Nas últimas horas, foram dois casos em que motoristas foram surpreendidos em ações de pura ousadia. A polícia considera que são casos isolados, e não trabalho de quadrilha, mas, organizados ou não, seus autores devem prestar contas à Justiça. A cidade, até bem pouco tempo, tinha histórico de furtos, mas, agora, com os roubos, a situação é outra por conta do medo que proporciona. Mesmo sendo os carros abandonados posteriormente, sugerindo o seu uso em atos criminosos, o simples constrangimento das vítimas é suficiente para se cobrarem medidas efetivas do sistema de segurança.

As drogas continuam sendo a matriz , o que aponta, também, para outro ponto. A cidade e as demais regiões pelo país afora vivem uma guerra diária contra o tráfico, que não mede meios para levar suas metas adiante. Nesse aspecto, o uso de menores de 18 anos tornou-se uma estratégia, em razão de sua inimputabilidade. Mas a questão não se esgota aí. A prática de furtos tem origem em traficantes e usuários, estes, à procura de recursos para sustentar o seu vício. Mas, em todas essas situações, a população se coloca como refém.

A busca de soluções tem sido o principal desafio dos governos e das entidades que lidam com o tema, mas, enquanto isso, é fundamental reforçar as políticas de combate e de prevenção.

O efetivo de Juiz de Fora continua aquém das necessidades, tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil. Este, portanto, é um dado que precisa ser resolvido no curto prazo. O Governo Estadual tem feito nomeações, mas a cidade se mantém em segundo plano, o que não é razoável, sobretudo por ser um município de fronteira, no qual as preocupações se acentuam ante o fluxo migratório do crime.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.