Tudo de novo

Governo e caminhoneiros precisam chegar a uma solução sem a necessidade da paralisação, que repetiria na economia e na vida da população os mesmos danos do ano passado


Por Tribuna

23/04/2019 às 06h55

A votação da reforma da Previdência, cujas discussões prosseguem nesta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça, é um dos principais desafios do Governo Bolsonaro e do próprio Congresso, por se tratar de uma questão vital para a economia do país. A aprovação, pelas contas do ministro da Economia, Paulo Guedes, liberaria o país para o crescimento. Além disso, com seus desdobramentos nos estados, daria fim ao nó que bloqueia as administrações, como é o caso de Minas Gerais.

Mas a reforma não é o único desafio. Os caminhoneiros estão anunciando uma nova paralisação, prevista para maio, se nada for feito para atender as suas demandas. No ano passado, em duas semanas de greve, engessaram a economia, com danos imensuráveis para vários setores, especialmente o produtivo, que ficou sem meios de escoar suas mercadorias, enquanto a população se viu refém do impasse, que tende a se repetir.
Há uma semana, o presidente impediu um aumento do diesel, a fim de conter o ânimo dos caminheiros, mas desagradou o mercado. Entre a cruz e a espada, voltou a prerrogativa para a Petrobras, mas deve atuar na busca de alternativas para evitar uma nova paralisação.

Em entrevista ao matutino “O Globo”, o general Santos Cruz, chefe da Secretaria de Governo, disse que o Planalto trabalha em soluções para os problemas da categoria, mas admite que há restrições econômicas. O ministro considera o movimento legítimo, mas cobrou responsabilidade da categoria.

Fica à mesa a busca de soluções definitivas, pois, caso contrário, de ano em ano, o Governo será emparedado pelos caminhoneiros.
Quando optou pelo modal rodoviário, o Governo, ainda nos anos 1960, não levou em conta a possibilidade de colocar os ovos em apenas uma cesta. Como já foi destacado neste mesmo espaço, enquanto no chamado primeiro mundo as ferrovias têm papel estratégico, no Brasil, elas foram desativadas. A conta, agora, chegou.

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