Papo reto

Governador deve conversar mais com prefeitos e deputados e pedir pressa da área econômica federal na ajuda aos estados. Minas não pode esperar mais


Por Tribuna

23/01/2019 às 07h03- Atualizada 23/01/2019 às 07h20

O governador Romeu Zema deixou para seu secretário de Governo, Custódio Mattos, a missão de conversar com os prefeitos para tratar da situação das prefeituras. Experiente, o ex-prefeito de Juiz de Fora destacou a crise que afeta a administração e a impossibilidade de repasses dentro do esperado no curto prazo. Foi um papo reto, mas insuficiente para acalmar os administradores municipais que vivem com a faca no pescoço ante a crise sem precedente que marca o dia a dia dos municípios.

É fato que o governador vive a mesma situação, uma vez que, como ele mesmo destacou em sua conta nas redes sociais, a cada dia se surpreende com o buraco deixado pela administração de Fernando Pimentel. O rombo no caixa já chega a R$ 30 bilhões. A saída é negociar com a União, a fim de garantir um fluxo razoável de repasses federais, mas suficientes para minimizar, também, a questão municipal, pois a retenção de verbas do ICMS e do IPVA, adotada pelo Palácio, tem sido o nó górdio da discussão.

O que está na mesa é a disposição de Brasília em ajudar os estados e os termos que vai impor aos governadores para assinar o acordo. Quando governador, o petista Fernando Pimentel se recusou a assinar qualquer documento com o Governo federal por considerar os termos inviáveis, aviltantes até, como a privatização de ativos importantes do Estado, a começar pela Cemig.

O governador Zema não tem essa resistência, mas tão logo tomou posse concluiu que vender a Cemig pura e simplesmente era um problema, achando melhor aumentar a sua qualificação para, aí sim, achar o preço ideal para sua privatização. A questão a saber é se a área econômica está disposta a esperar tanto tempo. Os técnicos passam longe da política e desconsideram a relação dos governos estaduais com suas empresas, muitas delas de forte viés social.

Este é o desafio a ser enfrentado e que deve ser discutido com a Assembleia. A legislatura prevista para tomar posse no dia 1º de fevereiro deve ser chamada ao debate, sobretudo quando se trata de um processo que nem sempre agrada a opinião pública, a despeito de esta ter comprado o discurso de mudança nas eleições de outubro de 2018.

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