Maio Amarelo
Campanha tenta conscientizar usuário do sistema urbano, mas deve ser uma agenda de caráter permanente, especialmente nas escolas
Embora o mês já caminhe para a sua reta final, ações como o Maio Amarelo, cujo mote é “No trânsito, o sentido é a vida”, são emblemáticas, sobretudo num país em que o número de vítimas é um dos mais altos do mundo. Tanto nas cidades quanto nas rodovias, o expressivo registro de acidentes tem, em boa parte, como causa o descuido dos motoristas, o que não desonera as instâncias de poder de suas responsabilidades. As estradas nacionais são precárias, e nas metrópoles os buracos são uma constante.
A campanha tenta manter o debate na ordem do dia, chamando a atenção, de novo, para a elaboração de ações permanentes, que devem começar nas escolas, mas carecem de ir além dos muros, a fim de garantir uma plena conscientização da população. Há avanços, mas o caminho é longo quando se percebe, por exemplo, o abuso de usuários que insistem em estacionar em qualquer lugar sem a mínima preocupação em saber se se trata de um espaço para pessoas especiais ou para idosos. No caso da terceira idade, os abusos são mais visíveis, bastando prestar a atenção nos personagens que, claramente, não chegaram ainda aos 60 anos usando o benefício.
O Maio Amarelo, quando trata da defesa da vida, amplia suas preocupações para outros setores que ainda desconhecem as políticas de mobilidade. Em Juiz de Fora, ainda não há, por exemplo, uma ciclovia para tirar os usuários de bicicletas do meio dos carros. É fato que são imprudentes, mas em algumas regiões não há outra opção. Está em curso, agora, um projeto para criar espaços próprios para as motocicletas, ora enfileiradas nas ruas da cidade. Ficariam à frente, como já é permitido às bicicletas, mas deveriam, por seu turno, cumprir outras regras básicas de trânsito. Ultrapassar em meio aos carros quando estes estão em movimento é um risco desnecessário.
A mobilidade urbana é um tema permanente da própria sociedade, que vive o desafio diário dos deslocamentos. Quando alguém estaciona numa vaga inapropriada ou fere as demais regras do trânsito, ele está comprometendo todo um sistema. Mais do que isso, em determinadas situações, está colocando a sua e a vida de terceiros em risco.