Encontro de lideranças regionais pode avançar na montagem de uma Zona de Processamento de Exportações no Aeroporto Regional

Implantação de Zona de Processamento de Exportações é importante, mas carece de respaldo do Governo federal, o que a torna pauta de encontro de lideranças regionais em Brasília


Por Paulo Cesar Magella

22/04/2025 às 06h00

O encontro de lideranças regionais realizado no dia 14 em Juiz de Fora, com a participação de representantes de diversas regiões, teve como consequência a montagem de uma pauta em torno do Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco, construído de acordo com os propósitos de seu idealizador: o desenvolvimento da Zona da Mata e do seu entorno. O passo seguinte é criar uma agenda com o Governo federal e outra com o Estado para discutir rotas e acesso ao terminal.
Tais medidas são fundamentais para otimização do aeroporto, que, além do uso por passageiros, também tem vocação industrial. E esse é um dos gargalos. São necessárias ações que facilitem esse processo, pois a ausência de estrutura compromete investimentos.
A Tribuna ouviu o presidente da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportações, que confirmou uma ZPE na cidade de Goianá, próximo ao aeroporto. Uma área de 200 mil metros quadrados, que pertencia ao Estado, está sendo doada para o projeto. Aliás, no encontro regional em Juiz de Fora, tal iniciativa foi anunciada, assim como a da vizinha Rio Novo, com o mesmo objetivo.
Ao fim e ao cabo, há esforços para modificar o perfil econômico da região, mas sem o Estado e a União tal processo não avança, pois cabe-lhes, cada um com sua cota, implementar ações consideradas fundamentais. A União precisa cobrar mais rotas das empresas. O Estado deve resolver, de vez, o acesso ao terminal, com a condição de tirar o trânsito das cidades próximas, como Coronel Pacheco, Goianá e Rio Novo.
Por reiteradas vezes, a Tribuna tem chamado a atenção para as condições da MG-353 e da ligação desta com a BR-040, na altura da Barreira do Triunfo. Ambas carecem de intervenções. No entanto, no caso da MG-353, o que se discute é uma via alternativa, com a chancela de anel rodoviário, para facilitar a conexão com o aeroporto.
Hoje, além da ausência desse projeto, os usuários enfrentam outros problemas. Na última quinta-feira, a Tribuna apontou as dificuldades encontradas pelos usuários do terminal. O jornal ouviu relatos de passageiros com dificuldades para se deslocarem até Juiz de Fora, especialmente no horário do voo da Azul que chega de Campinas A ausência de traslado direto obriga muitos a recorrerem a táxis ou a aguardarem transporte público que atende aos municípios da região.
Procurada, a administração do aeroporto informou que, devido às frequentes mudanças na malha aérea – cujos horários, datas e destinos são definidos exclusivamente pelas companhias aéreas -, mantém contato com as empresas de transporte rodoviário, repassando com antecedência as atualizações da programação dos voos.
O controle pelas Aéreas é também um problema, pois definem o volume de tráfego e, muitas vezes, sem explicações, deixam os passageiros à própria sorte. Os aviões que faziam a ligação com Belo Horizonte foram retirados de circulação sem qualquer explicação mesmo com lotação diária. Essa, aliás, também é uma pauta a ser levada ao Governo federal.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.