Combate Ă violĂȘncia
Criação de uma vara exclusiva para enfrentamento Ă violĂȘncia domĂ©stica Ă© um avanço por dar guarida com celeridade aos inquĂ©ritos da polĂcia que apuram os crimes de tal natureza
A implantação de uma vara especializada em violĂȘncia domĂ©stica contra a mulher, efetivada na Ășltima segunda-feira, com a presença do presidente do Tribunal de Justiça de Minas, desembargador Gilson Soares Lemes, Ă© um avanço nas polĂticas de enfrentamento a um flagelo que ganhou corpo nos Ășltimos anos, nĂŁo apenas pelo aumento do nĂșmero de casos, mas tambĂ©m pelas denĂșncias que se acentuaram graças Ă s muitas campanhas de esclarecimento da população. Em briga de marido e mulher, ao contrĂĄrio de antes, se mete a colher, da mesma forma que Ă© preciso, sobretudo em condomĂnios, denunciar os crimes que durante dĂ©cadas ficavam no silĂȘncio dos moradores.
A Vara, por sua vez, tambĂ©m acelera os processos iniciados em inquĂ©ritos da polĂcia, garantindo, dessa forma, pressa na punição dos culpados. Por muito tempo, a despeito de todas as investigaçÔes, sentenças de mĂ©rito levavam tempo, nĂŁo por leniĂȘncia do JudiciĂĄrio, mas pelo excesso de demandas de outras instĂąncias. Uma Vara especĂfica para tais casos garantirĂĄ celeridade nos processos e facilitarĂĄ, inclusive, medidas protetivas em favor das vĂtimas.
Ainda Ă© expressivo o nĂșmero de mulheres que, sem respaldo do Estado – por desconhecimento -, se sujeitam Ă ação de predadores. Com uma polĂcia ĂĄgil e uma resposta jurisdicional em menor tempo, ganha-se um forte instrumento de combate a crimes dessa natureza. O noticiĂĄrio tem sido prĂłdigo em revelar casos que marcam o cotidiano das cidades. No fim de semana prolongado, uma cena percorreu as redes sociais, revelando a violĂȘncia que nĂŁo tem fim. Um motoboy, mesmo ante a possibilidade da presença de suas duas filhas dentro do automĂłvel dirigido por sua ex-mulher, projetou o seu carro contra o da vĂtima – a despeito de todas as consequĂȘncias. NĂŁo satisfeito, desceu do veĂculo e iniciou uma sĂ©rie de agressĂ”es, complementadas com o uso de uma barra de ferro.
Como bem destacou a diretora do FĂłrum, a juĂza Raquel Barbosa, a instalação das novas varas Ă© fruto do consenso de muitos, sem o qual nada teria sido possĂvel. E tem razĂŁo, pois a sociedade, por meio de seus representantes, tem o direito de pressionar as instĂąncias de poder para a amplificação de todos os serviços do Estado. E o acolhimento Ă s açÔes Ă© um deles. Juiz de Fora, com cerca de 600 mil habitantes, precisa cada vez mais ampliar os seus serviços, sobretudo pela demanda que cresce a olhos vistos.
Embora ainda nĂŁo haja data, a inauguração do novo FĂłrum cria muitas expectativas, pois pode (e deve) dar margem Ă criação de novas varas e serviços para atendimento Ă comunidade. Os serviços, hoje espalhados por vĂĄrios pontos da cidade, fruto da falta de espaço no atual Benjamin Colucci, ao serem alocados no mesmo prĂ©dio, tambĂ©m ampliarĂŁo a capacidade de resposta Ă queles que recorrem Ă Justiça. SĂŁo medidas que devem acompanhar plenamente o crescimento de uma cidade de viĂ©s regional e, por consequĂȘncia, tambĂ©m de acolhimento das demandas da Zona da Mata.