LONGO CAMINHO
Uma boa e uma má notícia. Começando pelo lado perverso, a média de homicídios em Juiz de Fora, somente este mês, é de um crime consumado contra a vida a cada dois dias, o que pode, se forem mantidas as proporções, apontar para um ano de dados negativos. Mas, como aponta o delegado da Homicídios, Rodrigo Rolli, pode ser uma questão pontual. Por outro lado, a boa notícia está no grau de resolução dos casos. Dos oito homicídios registrados até a última sexta-feira, sete já estavam esclarecidos.
O envolvimento de jovens e adolescentes, ora como vítimas, ora como autores, continua sendo a marca recorrente. Há casos de pura banalidade, como o de um jovem morto por dois menores por conta de aparelho celular. Este, provavelmente, será o desafio comum do Estado, por meio de suas polícias, e da sociedade. Os autores não medem consequências e agem convencidos de que não serão punidos.
Trata-se de um equívoco, mas não basta cobrar a prisão dos autores quando o modelo carcerário do país está vencido pelo tempo. As cadeias estão superlotadas, e nem o Judiciário dá conta de tantos processos. Mesmo assim, a situação não muda, já que a execução das penas é um problema. Além do excessivo número de presos, as condições dos cárceres não levam à ressocialização. Em Juiz de Fora, o centro de recuperação de menores em conflito com a lei está no limite, e não há espaço para meninas que precisam ser transferidas.
O caminho é longo, carecendo de ações permanentes, pois é necessário apontar, sobretudo para os jovens e adolescentes, que não há futuro nessa trilha e que eles não são invencíveis.