Prós e contras do horário de verão
Governo admite a possibilidade de retornar com a prática, mas precisa avaliar os números para tomar sua decisão
Em decorrência do aumento do consumo de energia, diante das altas temperaturas para um verão que sequer está próximo, o Governo já admite a possibilidade de retomar o horário de verão. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o tema está sendo avaliado, para ajudar o setor elétrico a garantir o suprimento de energia no chamado “horário de ponta”, ou pico, entre 18h e 20h.
A volta da antecipação dos relógios em uma hora tem apoio da maioria dos brasileiros. De acordo com levantamento feito pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, 54,9% dos entrevistados dizem ser totalmente a favor e 13,1% se consideram parcialmente favoráveis, embora sempre haja alguém que não vê vantagem alguma na mudança.
Para o setor de bares e restaurantes o horário de verão é positivo, uma vez que o happy hour começa mais cedo. Com o dia ainda relativamente claro, a procura aumenta. Para 41,7% dos entrevistados, a cidade onde moram fica mais atrativa para o turismo quando o horário de verão está vigorando. O drama é para quem trabalha ou estuda pela manhã, que antecipa o despertar, e passa parte do dia com sono. A alteração do relógio biológico pode até mesmo agravar problemas de saúde em quem tem dificuldade de adaptação.
Como observou o ministro, os dados precisam ser colocados à mesa para que seja avaliada vantagem para a economia. De acordo com a pesquisa, os maiores índices de aprovação foram observados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Pelos dados da Abrasel, a Região Sul é a que apresenta a maior aprovação.
Sob o viés de consumo ainda há controvérsias, uma vez que a economia de energia não apresentou mudanças substanciais nos últimos anos do horário de verão. O uso do ar-condicionado pode aumentar no final da tarde em dias quentes, anulando os efeitos esperados. Ademais, a esperada economia pode ser obtida com a modernização das redes elétricas e dos equipamentos.
Ao fim e ao cabo, a decisão do governo deve levar em conta todos os fatores, por tratar-se de uma decisão de grande repercussão. Desde a sua volta ao Governo, o presidente Lula se mostrou resistente às ideias. Cabe, pois, ao seu mandato, levantar esses chamados prós e contra e avaliar para que lado pende a balança.