Guerra de números


Por Tribuna

19/03/2016 às 07h00

Em toda e qualquer manifestação, os números da polícia nunca batem com os dos organizadores, e os destes sempre são maiores do que os do adversário, salvo claras constatações. Os atos de ontem pelo país afora, especialmente em São Paulo, agora a favor do Governo da presidente Dilma, foram emblemáticos, pois apontaram para um país dividido, mesmo que – de novo aos números – essa partilha seja desigual. Salvo pontuais entreveros, os eventos, como os dos críticos da atual gestão, foram pacíficos, apontando que ainda há espaço para se encontrar uma saída. A questão, porém, é saber que tipo de saída e quem seriam esses atores dispostos a encontrar uma luz no fim do túnel. Hoje, os ânimos estão extremados, o que reduz qualquer margem de articulação.

Embora a ebulição esteja nas ruas, há, ainda em questão, outras frentes de embate tanto no Judiciário quanto no Congresso Nacional. No primeiro, a operação Lava Jato, que tem no juiz Sérgio Moro o seu prócer, com amplo respaldo da Polícia Federal e do Ministério Público, responsáveis pelas investigações. No Congresso, o processo de impeachment da presidente deverá ganhar novos contornos na pauta, mesmo numa semana capenga, que deve terminar na quinta-feira por conta das celebrações da Semana Santa. Mesmo assim, os próximos passos dependem desses desdobramentos, pois são estratégicos para as discussões.

Não se sabe até onde irá esse impasse, mas é fundamental que a crise não se arraste em demasia, porque compromete não apenas a política mas também a economia, arrastando o país para um impasse sem fim. Hoje, tudo está parando à espera de qualquer solução, a fim de retornar seu rumo.

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