PRAZOS VENCIDOS


Por Tribuna

18/08/2015 às 07h00- Atualizada 18/08/2015 às 08h48

Uma das causas de questionamento nas relações entre o Poder Público e a população está na definição de prazos e a sua não execução no devido tempo. Fica a impressão de inação, mesmo quando o não cumprimento se deve a causas alheias à própria gestão. A situação dos flanelinhas no Alto dos Passos é um caso emblemático: em janeiro de 2014, a Prefeitura divulgou um diagnóstico sobre a situação dos guardadores de carros, e estabeleceu-se a previsão de que eles sairiam gradativamente daquela região em até seis meses, graças a um conjunto de ações do Poder Público envolvendo colocação no mercado de trabalho formal, além da criação de possibilidade de melhoria do grau de escolaridade.

Um ano e meio depois, a Tribuna voltou à região e encontrou tudo como antes, pois nem mesmo a Área Azul noturna se consolidou, embora, também para essa, tenham sido definidos prazos de instalação. O resultado é o mesmo: motoristas sendo achacados pelos flanelinhas, sob o risco de, em não pagando, terem seus veículos arranhados. Além disso, como apontou a própria Polícia Militar, vários deles têm um histórico de ilícitos, sobretudo de tráfico. O discurso é de que, sem o polo ativo, isto é, quem esteja disposto a registrar uma ocorrência, não dá para tirá-los das ruas e formalizar uma ação penal.

Mas não se cobra prisão desses personagens, e sim o fim de um serviço que acaba não sendo prestado, pois, tão logo recebem dinheiro suficiente, eles somem das ruas, deixando os veículos à mercê da própria sorte. Os diversos projetos pararam no meio do caminho, sem uma explicação formal, salvo os recorrentes “estamos concluindo os estudos” ou “não há recursos para a execução”.

O desgaste é inevitável, pelo não cumprimento da promessa. Seria mais razoável tomar todas as decisões e anunciá-las somente quando há certeza de que irão sair do papel.

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