SINAL DOS TEMPOS


Por Tribuna

17/01/2016 às 07h00

A que ponto chegamos. Homens que se apresentaram como representantes de uma empresa do Rio de Janeiro sumiram com quatro máquinas que estavam sendo utilizadas na região de Bento Rodrigues (distrito de Mariana) para a retirada de entulhos da represa da Samarco que se rompeu no final do ano passado. Eles ainda deram o cano em uma pousada, mas dois deles já foram reconhecidos, uma vez que foram filmados pelas câmeras de segurança.

A pergunta que fica no ar é como pessoas agem com esse viés em cima da tragédia de terceiros. Não avaliam as consequências. Trata-se de um crime inominável, mas não tão diferente de tantos outros que ocorrem em situações semelhantes. A polícia também investiga o destino de recursos destinados à população que até agora não chegaram ao público-alvo, ou por questões burocráticas, ou por desvio, já que os controles são rasos em tais ocasiões.

Quando da tragédia da Região Serrana, no Rio de Janeiro, muitos municípios, a despeito de terem recebido repasses do Governo federal e do estado, não fizeram o dever de casa. Cinco anos depois do episódio, ainda é possível ver áreas sem qualquer infraestrutura, à espera de um novo acidente. E não foi por falta de recursos.

O uso de dinheiro público, considerado por muitos como de ninguém, facilita ações desse tipo, o que exige novos mecanismos de controle, sobretudo do Ministério Público, como ora ocorre nas diversas operações do MP em parceria com a Polícia Federal. Só assim será possível virar o jogo e deixar o recurso nas mãos de quem, de fato, irá usá-lo em nome da comunidade.

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