DEMANDAS ANTIGAS


Por Tribuna

16/03/2016 às 07h00

A situação das estradas da Zona da Mata de Minas Gerais, revelada pela Tribuna no último domingo, mostra como esta região vem sendo preterida ano após ano. A equipe de reportagem que circulou pela MG-353, no trecho entre Juiz de Fora e Guarani, contabilizou 195 buracos na via, em um segmento de pouco mais de 60km. Para se chegar a tal situação, foram anos e anos de “maquiagem” na estrada, que vem recebendo apenas remendos em vez de manutenção adequada.

E esta não é a única rodovia com avarias na região. A MG-126 está, pela segunda vez neste início de ano, interditada, porque problemas de rede subterrânea levaram a pista a ceder, impedindo o tráfego. Outras vias também têm pontos preocupantes, como a MG-448, que dá acesso ao município de Santa Bárbara do Tugúrio, e a MG-133, onde a estrutura de uma ponte próxima ao município de Tabuleiro já levou à interdição da pista duas vezes neste ano. Além da pavimentação, há problemas na sinalização, no traçado e na limpeza do mato alto, que, muitas vezes, ocupa os já estreitos acostamentos.

O resultado é um prejuízo econômico para aqueles que dependem das rodovias, como proprietários de empresas que precisam escoar seus produtos pela malha da região. Pior que isso é o risco diário a que são submetidas centenas de pessoas, que dependem de estudo, trabalho e atendimento médico em centros maiores, como Juiz de Fora.

É hora de nossas autoridades se unirem e exigirem mais investimentos neste e em outros setores, já que os problemas têm se arrastado sem solução na Zona da Mata. É o que estamos vendo, por exemplo, com a própria rodovia que está sendo construída há anos entre a MG-353 e a BR-040, para escoar cargas do Aeroporto Regional, sem que haja um prazo para a finalização das obras. Entendemos que estas não são questões secundárias, mas, sim, prioritárias, em um país onde a demanda nas estradas é cada vez maior, seja de carros de passeio seja de caminhões e carretas, fluxos estes cada vez mais incompatíveis com estradas antigas, de traçado sinuoso e sem a menor segurança.

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