Reforma necessária
Com o aval da Câmara, prefeito Antônio Almas parte, agora, para a implementação das medidas contidas na mensagem encaminhada aos vereadores
A crise econômica que afeta o país tem um lado pedagógico que deve ser considerado. Em todas as instâncias de poder há consenso em torno da necessidade de serem revistos os conceitos administrativos. As estruturas públicas estão superdimensionadas e pouco eficientes, com custos além dos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Em decorrência desse desequilíbrio, o país que saiu das urnas de outubro cobra mudanças. O Governo federal, embora prometesse mais, reduziu para 22 o número de ministérios; em Minas, o governador Romeu Zema também diminuiu bastante o número de secretarias, prometendo novas medidas ao curso dos próximos dias.
O prefeito Antônio Almas, de certa forma, também surgiu das urnas de outubro, embora estivesse como número dois do poder local desde janeiro de 2017, quando o prefeito Bruno Siqueira assumiu o seu segundo mandato. Mesmo assim, ante um cenário de crise que chegou a Juiz de Fora, também foi induzido a seguir pelo mesmo caminho. O Município, ao curso dos anos, vem fazendo o dever de casa, mas a redução de quadros já se fazia necessária da mesma forma que a fusão de algumas pastas. Ainda há pontos a considerar. A Empav passa por um processo de discussão interna e deve ter um relatório até o dia 31 deste mês. A partir daí, caberá ao prefeito decidir o seu futuro.
É nos momentos de crise que entra em jogo a criatividade. Os novos gestores têm a seu favor o aval das ruas, o que os leva, necessariamente, a executar as propostas que apresentaram durante a campanha eleitoral. E devem fazê-lo enquanto estão em lua de mel com a opinião pública. O projeto flexibilizando a posse de arma foi uma delas, e o presidente Jair Bolsonaro pagou a conta.
Mas é na área econômica onde se situam os gargalos. Enquanto a União não fizer a sua parte, os estados estarão penalizados ante a dependência direta, e estes precisam tomar suas providências para aliviar a vida dos prefeitos. É no município onde tudo acontece, e as prefeituras, em plena inadimplência, estão sem meios até para executar serviços básicos.