CHOQUE DE IDENTIDADE
Quando se colocam num mesmo espaço alunos de cerca de cem bairros distintos, alguns deles com históricos de rivalidade, não se espera outro resultado a não ser o conflito permanente. Esta é a situação encontrada na Escola Estadual Delfim Moreira, parte do Grupo Central, hoje depredada e insegura até mesmo para quem vive em seu entorno. Vandalismo e falta de estrutura comprometem a convivência de cerca de dois mil alunos, como a Tribuna mostrou na edição de domingo. E a solução não está no radar das autoridades, pois o prédio original, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Braz Bernardino, está fechado há dois anos.
O primeiro problema é a concentração de alunos de identidades tão distintas num mesmo espaço, sobretudo quando a convivência é comprometida pela violência própria de grupos rivais. Enquanto não houver solução, o local continuará sendo uma área de risco não só de conflitos mas também de depredação, como já havia ocorrido no prédio principal. Por mais que os professores se esforcem em ensinar e educar, o futuro será incerto. Qualquer reforma será provisória, pois haverá novas depredações.
No momento em que a cidade tem uma expressiva representação política, é fundamental o chamamento aos deputados para que ingressem na discussão. A Comissão de Educação da Assembleia conhece o problema e apresentou apenas requerimentos, não voltando mais à discussão. Só que o problema permanece, e nada foi resolvido. É de se esperar que, agora informados, os políticos retomem a pauta, pois não dá para educar numa área de conflitos permanentes.