GESTOS POSITIVOS
Se depender da sociedade e de ações isoladas dentro das próprias corporações, o cenário de violência talvez fosse outro. Na edição de domingo, a Tribuna mostrou duas experiências distintas de promoção social, nas quais o foco eram crianças e adolescentes em situação de risco, que ganham, por esses esforços, a chance de inserção social ora lhes negada pelas próprias circunstâncias. O uso do xadrez, do rádio, da música e do cinema como ferramentas para estimular a educação, assim como o ensino de jiu-jítsu em comunidades, são ações que valem a pena serem replicadas, pois indicam que é possível mudar.
As duas experiências fazem parte de projetos isolados, se vistos sob um contexto de cidade, mas são fundamentais, sobretudo como exemplo na busca de outras ações positivas. O país precisa de gestos como esses para mostrar aos demais segmentos e aos próprios jovens, hoje alvo dessas ações, que nem tudo está perdido. A despeito das pedaladas na política, do dinheiro de propina em contas na Suíça e da luta pelo poder, há sempre espaço para dados positivos.
Os projetos servem, também, para induzir o próprio setor público a se envolver, uma vez que tem maior capacidade de mobilização e de investimentos. Quando crianças de comunidades carentes entram de corpo e alma em programas nos quais se revelam e ganham prêmios, ou quando os próprios policiais militares mostram a outra face do próprio estado, há sempre lugar para outros atores, já que, em ambas as experiências, se houvesse mais recursos, certamente beneficiariam outras áreas.