NA BERLINDA
O impasse que se estabeleceu na vizinha cidade de Santos Dumont entre Prefeitura e estudantes, em razão do cancelamento de um festival que ocorre há 44 anos, fruto da falta de recursos – R$ 60 mil -, é a face exposta da situação financeira dos municípios e até dos estados. As prefeituras passam por uma situação crítica, sendo obrigadas a cancelar investimentos e a se virar como podem para fechar o mês. Até a rica São Paulo, cujo PIB é maior do que o da maioria dos estados brasileiros, vive situação semelhante, respeitadas as devidas proporções. O Rio de Janeiro é a exceção, beneficiado pelos Jogos Olímpicos de 2016, que fizeram da cidade um canteiro de obras. Mas até lá há problemas. A despoluição da Baía de Guanabara ficou para ser concluída somente em 2030, embora seja palco de diversas competições.
Esse cenário se acentua pela centralização dos recursos nas mãos da União. Governadores e prefeitos clamam, há tempos, pela reformulação do pacto federativo, pois ficam à mercê da área econômica, embora sejam deles as principais responsabilidades no trato direto com a população. O contingenciamento estabelecido pela equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, só agravou a situação. Verbas que deveriam ser liberadas ficaram retidas sem data prevista. Até mesmo os repasses, resultado de emendas parlamentares, são incertos. E, nesse contexto, Juiz de Fora também passa por situação semelhante.
Se a situação econômica não melhorar, as metas para 2016 ficam sem perspectivas, influenciando até mesmo no processo sucessório. Em algumas regiões, a situação é tão crítica que os serviços estão paralisados. Até em estados o cenário se repete. No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori (PMDB), para conseguir pagar os salários de julho do funcionalismo, vai deixar de quitar parcela da dívida do Estado com a União. Estão todos na berlinda.