Crimes contra a vida
Redução no número de mortes em Juiz de Fora deve ser comemorada, mas é fundamental manter as ações e os investimentos para garantir que os dados não voltem aos patamares dos últimos sete anos
A redução do número de crimes consumados contra a vida, como a Tribuna mostra nesta edição, deve ser comemorada, pois significa o incremento de ações das polícias civil e militar em parceria com o Judiciário, que tem apressado não apenas os julgamentos, mas também liberado mandados de busca, apreensão e prisão com mais agilidade. Também ajuda a mão pesada da Justiça, cujas penas têm sido exemplares. De acordo com o levantamento do jornal, que leva em conta também as mortes resultantes de latrocínios e lesões corporais seguidas de óbito, as mortes violentas recuaram em 2018, chegando ao menor número contabilizado em Juiz de Fora nos últimos sete anos.
Como destacaram os delegados Armando Avolio Neto e Rodrigo Rolli, há muito a ser feito, pois os números ainda são preocupantes. As novas táticas de ação, inquéritos bem elaborados também têm implicação nesse processo, pois acuam os criminosos e facilitam as sentenças do Judiciário. Atuando em parceria, estes segmentos mudam a realidade de Juiz de Fora. Há sete anos, quando as taxas passaram dos cem casos de homicídios, o município mergulhou num ciclo de medo. A reversão do quadro favorece a cidadania.
Mas a luta, de fato, é permanente, sobretudo quando se sabe que a matriz para a maioria das ocorrências é o tráfico de drogas. E essa é uma batalha que não se esgota nas divisas do município. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem um desafio e tanto pela frente, pois precisa aparelhar melhor as polícias, integrar o sistema e remunerar adequadamente os policiais que vão a campo diariamente, numa jornada de risco permanente.
Paralelamente ao braço da lei, são fundamentais profundos investimentos na educação e nos programas sociais, pois a desigualdade e as instabilidades familiares também são fonte do problema que a todos preocupa.